A ação reúne 15 equipes de fiscais da Sema e do Ipaam, além de policiais do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas e do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amazonas e deve ser encerrada em dezembro deste ano. O trabalho tem como foco principal os municípios de Humaitá, Apuí, Novo Aripuanã e Boca do Acre, que forma o “Arco do Desmatamento” e ocorre simultaneamente em outras cidades da região.
Nos municípios visitados foram fiscalizados mais de 50 polígonos e confirmados aproximadamente 1,5 mil hectares de desmatamento. As equipes de fiscalização do Ipaam emitiram 40 autuações de crimes ambientais que somam mais de R$ 9 milhões. Na ação, o órgão de controle ambiental apreendeu 887 metros cúbicos de madeira em Novo Aripuanã e multou o dono da propriedade em mais de R$ 1 milhão.
Identificadas
O gerente de Fiscalização Ambiental do Ipaam, Abner Brandão disse que, com a ajuda de imagens de satélite da Sala de Situação da Sema, a operação identificou os locais das principais queimadas em Apuí e Novo Aripuanã, que foram visitadas pelas equipes de fiscalização. O principal objetivo é combater esses crimes ambientais que estão ocorrendo e fazer com que as pessoas se sensibilizem desse grande número de focos de queimadas.
De acordo com o presidente do Ipaam e secretário da Sema, Marcelo Dutra, em março deste ano, o Estado iniciou a campanha Amazonas Legal, que ofereceu os serviços de regularização ambiental a mais de 860 empreendedores de atividade de baixo carbono em Apuí, cidade que, em agosto deste ano, voltou a fazer parte do ranking das Cidades Sustentáveis” do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Para Dutra, os produtores rurais atendidos pelo Ipaam em Apuí receberam orientações sobre o uso do fogo nas suas propriedades e, acredita que, a opção pelas queimadas, não parte dos produtores regularizados. “Vamos garantir regularização ambiental para quem quer licença e dar multa para quem quer multa. Ou seja, ganhar multas e embargos é uma decisão daqueles que querem utilizar o fogo”, disse.
Marcelo Dutra disse, também, que as queimadas é um dos tipos nefasto de crime ambiental. O acumulo de fumaça compromete o meio ambiente com prejuízos da qualidade do solo, do ar e, consequentemente, a saúde de animais e das pessoas, principalmente crianças e idoso. Denúncias de incêndios florestais podem ser feitas pelos telefones do Ipaam: (92) 2123-6715 e 2123-6729.
Prioridades
O Sul do Amazonas é uma das áreas prioritárias do cronograma de ações de prevenção e combate ao desmatamento e controle de queimadas desenvolvido pelo Ipaam e a Sema, desde outubro do ano passado. A operação em Apuí e Novo Aripuanã reúne mais de 20 servidores dos dois órgãos ambientais e conta com apoio do Batalhão Ambiental da PM e o Corpo de Bombeiros, que vão atuar nos municípios até o fim deste ano.
Segundo o secretário, o início da ação tem como prioridade visitar áreas de queimadas de grandes proporções e aplicar multas aos donos dos empreendimentos nas duas cidades. Os municípios Lábrea, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã, Apuí e Maués também registraram desmatamento e incêndios florestais, e fazem parte do arco da operação.
Além das ações de fiscalização em campo, a ação também vai realizar palestras, oficinas e orientações de sensibilização ambiental aos moradores dos municípios em escolas das redes estadual e municipal de ensino. A ideia é reduzir os focos de queimadas na área urbana de Apuí e Novo Aripuanã, mostrando a população os malefícios desse tipo de crime ambiental para a saúde.
Parceria
E para intensificar o combate ao desmatamento e queimadas, o Ipaam e a Sema recuperaram a parceria com a Cooperação Financeira Brasil/Alemanha do Banco KfW Entwicklungsbank e da Cooperação Técnica Internacional GOPA., dentro do Projeto Prevenção e Combate ao Desmatamento e Conservação da Floresta Tropical no Estado do Amazonas (Profloram), que prevê a entrega, ainda este ano, de três Centros Multifuncionais “Casa do Produtor” em Apuí, Humaitá e Boca do Acre, municípios que fazem parte do “arco” do desmatamento.
A primeira unidade foi inaugurada no dia 29 de junho, em Parintins. Elas contam com uma estrutura para abrigar órgãos estaduais, municipais e federais de controle e monitoramento do meio ambiente, que vão atuar juntos para combater crimes ambientais. Os Centros Multifuncionais contam com lanchas (para transportar até 16 pessoas), picapes, motos e equipamentos de monitoramento aéreo como Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs).