A Polícia Civil do Estado do Pará, em parceria com o Ministério Público e em cooperação com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, realiza nesta terça-feira (23) a Operação Poseidon. Coordenada pelo delegado Marcos Mileo Brasil, por meio do cumprimento de mandados de busca e apreensão e prisões preventivas também no Amazonas, a operação visa o enfrentamento do tráfico de raias e peixes ornamentais endêmicos.
Segundo nota divulgada pela polícia, trata-se de uma associação criminosa interestadual, especializada na captura predatória dos peixes e raias dos rios amazônicos, que sai dos municípios de Itaituba e Altamira, no Pará, de onde surgem três rotas: para Belém, Santarém e para o Amazonas. Os peixes ornamentais e raias atingem grandes valores no mercado internacional e podem alcançar o valor de US$ 50 mil, para fins de ornamentação e tráfico de biodiversidade.
Além da pesca predatória, os animais sofrem maus tratos, visto que são transportados em pequenos sacos, com quantidade limitadíssima de água e oxigênio, fazendo com que muitos morram antes de chegarem ao seu destino. Há, ainda, a lavagem de dinheiro, uma vez que os valores recebidos pelos traficantes são reinvestidos em empresas aparentemente lícitas.
Em junho de 2016, foram apreendidos pela equipe, 58 raias do tipo Jabota, cuja comercialização não é autorizada, e mais de 400 acaris, por ocasião em que membros da associação criminosa tentavam embarcar ilegalmente para Manaus, oriundos de Santarém, carregando os animais em malas. Cinco pessoas foram presas. A operação faz parte de estratégias do Estado do Pará em reprimir o tráfico de animais, bem como a biopirataria.
Somente nesta terça, já foram 18 presos, além da apreensão de quatro armas de fogo, raias e dezenas de acaris. No Estado do Amazonas, a operação foi executada pelo delegado Thiago Dias e Ipc Fernando, em parceria com a Polícia Civil do Amazonas.
