Nova espécie de rã venenosa é identificada na Amazônia peruana

Imagens do ciclo de vida da rã ‘Ameerega shihuemoy’. Foto: Reprodução/Crees Foundation

Uma nova espécie de venenosa foi descoberta na Amazônia peruana. Segundo o Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas pelo Estado do Peru (Sernanp) a espécie habita a Reserva Comunal Amarakaeri (RCA) e o Parque Nacional del Manu. A rã, que ganhou o nome de Ameerega shihuemoy, mede três centímetros de comprimento e tem o corpo coberto por uma listra amarela. A barriga tem tons azuis e verdes, um sinal – segundo os pesquisadores – de que a espécie é toxica.

A espécie habita a região da nascente do rio Cupudnoe, dentro da Reserva Comunal Amarakaeri, de 402 mil hectares, onde vivem indígenas Harakmbut, e também na área divisória do Parque Nacional do Manu. Os dois locais ficam região peruana de Madre de Dios, na fronteira com a Bolívia e o estado brasileiro do Acre. O nome ‘shihuemoy’ é como os habitantes locais, chamados Harakmbut, chamam as espécies de rãs venenosas na região.

Segundo o pesquisador e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Igor Kaefer, na Amazônia brasileira são conhecidas cerca de 300 espécies anuros, a ordem animal que é constituída por sapos, rãs e pererecas. A maioria não é venenosa. Mas Kaefer afirma que todos os anos novas espécies são descritas, e que estimativas projetam o dobro de espécies conhecidas em futuro próximo.

Por coincidência, na região de Manaus (AM) existe a ocorrência de espécies do mesmo gênero da nova rã peruana. “Duas delas se chamam Ameerega trivittata e Ameerega hahneli. Elas vivem no interior da floresta e dificilmente são vistas dentro das cidades. São bastante chamativas quanto à cor e consideradas venenosas. No entanto, não oferecem risco à saúde humana, pois não são capazes de inocular o veneno contido na pele”, explica Igor. 

A maior ameaça a estes anfíbios é a degradação ambiental provocada pela ação humana, principalmente por serem extremamente sensíveis às mudanças climáticas. “Anfíbios anuros são muito vulneráveis porque normalmente dependem dos meios terrestre e aquático para sobreviver, mas ainda não temos dados básicos como distribuição geográfica nem acompanhamento de possíveis declínios”, revela o pesquisador. Segundo ele, a destruição de florestas é, sem dúvida, a maior ameaça às espécies. Outras espécies são ameaçadas por fungos e o tráfico para comercialização.

*Com informações do Portal Terra

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