Nova espécie de parasita em peixe é encontrada no Maranhão

A nova espécie foi encontrada durante um levantamento de peixes de água doce. A descoberta representa o primeiro registro na Baixada Maranhense e o terceiro registro em todo o Estado.

Durante um levantamento de peixes de água doce no Maranhão, uma nova espécie de Ergasilus, um gênero de copépode, foi encontrada nas brânquias do peixe ituí (Sternopygus macrurus), no sistema lacustre de Viana, município da Baixada Maranhense, localizado a cerca de 107 km de São Luís. 

Os copépodes são um dos grupos mais encontrados no planeta, pertencentes ao subfilo dos crustáceos, que são comuns em ambientes marinhos ou de água doce, e são fundamentais na cadeia alimentar e na manutenção dos ecossistemas aquáticos. 

No entanto, em uma relação parasitária, podem causar prejuízos em pisciculturas, podendo inclusive resultar na morte de seus hospedeiros.

Um gênero de copépode. Foto: Reprodução/Universidade Federal do Maranhão

O professor orientador Fabiano Paschoal, ressalta que essa foi a primeira vez que um ergasilídeo foi encontrado parasitando Sternopygus macrurus, bem como o primeiro copépode parasito encontrado em um hospedeiro pertencente à família Sternopygidae.

“A descoberta representa o primeiro registro de um copépode parasito na Baixada Maranhense e o terceiro registro em todo o Estado do Maranhão. Esse é um trabalho muito importante porque abre as portas para futuros estudos na região, que carece de informações parasitológicas”, 

pontuou.

Espécies de Ergasilus são microcrustáceos frequentemente encontrados nas brânquias de peixes e, por isso, popularmente são vistos e descritos como uma “larva das brânquias”. Entretanto, de acordo com o artigo, estão associados não só às brânquias, mas às narinas, ao tegumento e à bexiga urinária de peixes. Além disso, apenas as fêmeas na família Ergasilidae possuem hábitos parasitários, apresentando quase todo o ciclo de vida livre e associando-se ao hospedeiro após a cópula com o macho.

Um gênero de copépode. Foto: Universidade Federal do Maranhão

Segundo o professor, a nova espécie recebeu o nome de Ergasilus lyraephorus em referência a sua estrutura. “lyraephorus” (do grego lyra = Lira, phorus = aquele que porta), uma ornamentação em forma de lira encontrada na superfície ventral do corpo do animal. Uma outra peculiaridade dessa espécie é sua superfície corporal quase completamente recoberta por uma asperidade. Ambas as características nunca haviam sido reportadas na família anteriormente, e diferenciam a nova espécie de seus congêneres”, explicou Fabiano Paschoal.

O peixe ituí é consumido na região, porém vale destacar que as espécies do gênero Ergasilus são parasitos dos peixes e não de seres humanos. Ao peixe hospedeiro podem ocorrer processos inflamatórios, danos teciduais e, em casos mais graves, necrose do tecido, danos teciduais que comprometem a circulação sanguínea nas brânquias, levando à redução da capacidade osmorregulatória e respiratória. 

Ainda de acordo com a pesquisa, as infestações causadas por Ergasilus podem estar relacionadas a alterações metabólicas, que prejudicam o crescimento desses peixes e, em casos mais intensos, aumentam a sua mortalidade. 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

“Que show da Xuxa é esse”? Conheça as ‘cópias’ peruana e colombiana da rainha dos baixinhos

Diversas apresentadoras ganharam programas próprios, seguindo o mesmo perfil da rainha dos baixinhos brasileiros. Algumas dessas 'cópias' se destacaram em países amazônicos.

Leia também

Publicidade