Mudanças climáticas e ação humana: entenda os fatores que contribuem com aumento de queimadas no Amapá

Condições climáticas adversas, como a estiagem, favorecem o aumento da temperatura e focos de calor.

Condições climáticas adversas, como a estiagem, favorecem o aumento da temperatura e focos de calor, mas a maioria dos incêndios florestais e queimadas são gerados por ações humanas, voluntárias ou involuntárias, que estão deixando boa parte do Amapá coberto por fumaça.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em outubro foram registrados mais de mil incêndios e 17 mil focos de calor.  Para o mês de novembro, o Governo do Estado alerta para a intensificação nos cuidados em virtude do clima que seguirá seco e com poucas chuvas.

O doutor em biodiversidade e meteorologista do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), Jefferson Vilhena, destaca também o fenômeno climático “El Niño” como um dos motivos do aumento da intensidade da estiagem.

“O El Niño diminui o nosso quantitativo de chuvas e o período chuvoso. Com o clima seco, a propagação desses incêndios fica muito mais facilitada. Porém, o fenômeno não tem a capacidade de realizar a queimada propriamente dita, pois o fogo na vegetação é responsabilidade do próprio ser humano”, 

relata Vilhena.

Foto: Divulgação/CBM e Maksuel Martins/GEA

Ação humana 

Pela ação humana, são realizadas a queima inadequada de lixo, entulhos, fogueiras e bitucas de cigarro jogadas na vegetação seca, que também podem ocasionar incêndios de grande proporção e danos à saúde.

Outra situação é a queimada usada como método agrícola, que de forma intencional, é feita para preparação do solo, do plantio ou para renovar pastagens. No entanto, pode sair do controle e transformar-se em um incêndio, queimando a vegetação nas florestas e causando destruição em larga escala.

Foto: Divulgação/CBM e Maksuel Martins/GEA

Para a coordenadora de Clima e Serviços Ambientais da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Mariane Nardi, a estiagem colabora para a disseminação dos incêndios, mas a maioria deles tem uma provocação humana, mesmo que pequena.

“É muito comum as queimadas de limpeza de terrenos se alastrarem e virarem um incêndio. Quando eu tenho uma vegetação seca e uma estiagem, o fogo se alastra mais rápido, tem mais o que queimar, diferentemente quando você está com uma vegetação úmida e em época de chuva, é mais difícil dela pegar fogo”, comenta.

Foto: Divulgação/CBM e Maksuel Martins/GEA

Consequências do fogo e da fumaça 

Em áreas de florestas, os incêndios podem causar mortes diretas de animais pelo fogo, destruição de habitats e perda de biodiversidade. Quanto maior a extensão do incêndio, maior o dano e maior o tempo para a floresta se recuperar.

Em áreas urbanas, a fumaça causada pelos incêndios, principalmente os usados para queima de lixo e resíduos, traz a diminuição da qualidade do ar, ocasionado em problemas de saúde pública, como infecções respiratórias.

Para a queimada não se transformar em um incêndio, é preciso aplicar algumas técnicas de segurança, entre elas a construção de aceiros, que consiste em uma faixa sem vegetação, que impede o avanço das chamas.

Foto: Divulgação/CBM e Maksuel Martins/GEA

Denúncias 

Para realizar alguma queimada no terreno, é necessário ter uma autorização de limpeza de área de propriedade rural emitida pela Sema ou algum órgão ambiental municipal.

Denúncias de queimadas ilegais podem ser feitas pelo número 190, por meio do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes). 

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