Os investimentos de países ao Fundo Amazônia foi debatido na COP-24, em Katowice, na Polônia, evento das Nações Unidas que discute as mudanças climáticas globais. A comitiva de parlamentares brasileiros na COP-24 se reuniu, nessa terça-feira (11), com um grupo de congressistas da Noruega, para debater a parceria entre os países no Fundo.
Este foi o segundo encontro com esse teor no evento. Antes, na segunda-feira (10), a conversa foi com parlamentares da Alemanha. Os dois países europeus estão entre os principais investidores do Fundo.
Foto: Guilherme Oliveira/Agência Senado
Gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Fundo Amazônia é um canal de financiamento de projetos de conservação e sustentabilidade. Atualmente, 102 iniciativas são apoiadas pelo programa, somando mais de R$ 1,8 bilhão aportados.
O apoio internacional é crucial para o funcionamento do fundo, mas a sua manutenção depende de transparência e de resultados. O diálogo entre os parlamentares serviu para que o grupo brasileiro agradecesse o apoio prestado e garantisse que os esforços serão mantidos no futuro. O senador Jorge Viana (PT-AC), relator da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC), afirmou que o país terá muito a lucrar se aprimorar esforços pelas metas de preservação ambiental.
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“O Brasil ainda não descobriu que a implementação do Acordo de Paris pode trazer grandes negócios. O cumprimento dos compromissos assumidos pode gerar recursos para o agronegócio, a agricultura familiar, a agenda florestal”, afirmou.
Os investimentos ao Fundo Amazônia é visto como um investimento que também beneficia quem o faz. O congressista Espen Barth Eide, vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente do Parlamento norueguês, reconhece que o seu país ficou rico através de emissões de gases poluentes, e afirmou que, agora, o melhor uso possível do seu dinheiro é garantir que o planeta não sofra consequências irreversíveis com o aquecimento global.
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“Decidimos ajudar o Brasil não exatamente pelo Brasil, mas pelo bem das florestas tropicais que estão lá. É do interesse de todos que elas não sejam destruídas. Nós temos apenas um planeta e vivemos nele juntos”, disse ele, que foi ministro das Relações Exteriores da Noruega entre 2012 e 2013, justamente quando o país começou a investir no Fundo Amazônia.
REDD+
O Acordo de Paris prevê ferramentas de compensação financeira pelo sucesso na redução das emissões de gases poluentes. Chamado de REDD+, o programa é focado em iniciativas de combate ao desmatamento e é mais uma via de investimentos em projetos que têm objetivos comuns ao tratado. O estado do Mato Grosso recentemente se qualificou para receber um aporte financeiro da Alemanha, que deve chegar até o final do ano.
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Segundo explicou Alcilene Freitas, da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) do Estado, a liberação dos recursos é resultado de um trabalho de dez anos, que começou com um fórum de mudanças climáticas, passou pela aprovação de uma política estadual sobre o tema e culminou com a “recompensa” vinda dos alemães. Foram eles que estabeleceram negociações para encaminhar e aplicar o dinheiro.
“40% [dos recursos] ajudam a estrutura de governo e 60% tem que ir para a ponta. Temos programas para a agricultura de grande porte, agricultura familiar e povos indígenas. É extremamente importante o financiamento de quem vê o nosso esforço. Não são só recursos financeiros, vem também um apoio técnico”, ressaltou.
Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.