Um incêndio de grandes proporções atinge, há mais de 15 dias, a Reserva Ambiental Margarida Alves, localizada em Nova União, a 370 quilômetros de Porto Velho, em Rondônia. O fogo ultrapassou os limites da unidade e atinge pastagens vizinhas, colocando em risco a sobrevivência dos animais e comprometendo a saúde dos agricultores.
Os bombeiros trabalham para combater os focos de incêndio na reserva. Cerca de mil hectares já foram devastados. O major bombeiro Iranildo Andrade aponta a seca e práticas agrícolas da comunidade assentada como responsáveis pelo agravamento da situação.
Desde o fim de julho, segundo os Bombeiros, pelo menos 1 mil hectares da reserva foram destruídos pelo fogo, além da pastagem em sítios vizinhos. Imagens de satélite, feitas nesta semana, mostram a área onde o incêndio segue sem controle em Nova União.
O assentamento Margarida Alves é ligado ao MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, e ocupa a área agricultável da reserva de mesmo nome. Claudinei dos Santos, da coordenação do MST em Rondônia, acusa invasores e madeireiros de serem os responsáveis pelo incêndio.
Uma decisão judicial, de maio deste ano, determinou a reintegração de posse de parte da área ocupada pelo Assentamento Margarida Alves em favor do Incra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Os assentados são contrários à medida. Eles estão na área há cerca de 10 anos e afirmam que sofrem ameaças de grupos interessados na extração ilegal de madeira na região.