Bolsistas e voluntários ultrapassam a barreira da teoria com o projeto “Desafios e Potencialidades de uma Horta Orgânica: Laboratório vivo para o ensino de Ciências do Ensino Fundamental do 6° ao 9° ano”, em Manaus. Desenvolvido pelo Programa Ciência na Escola (PCE), os alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Professora Marly Garganta, no bairro Terra Nova, Zona Norte da cidade, colocam em prática o conhecimento teórico estudado na disciplina de Ciências em sala de aula.
No projeto, estudantes aprendem todo o processo de cultivo de uma horta, desde a verificação de solo para oxigenação, adubagem, limpeza do local, condução das plantas em suportes e a inspeção dos chamados inimigos da horta, os insetos que impedem o desenvolvimento das plantas. O apoio é por meio do governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Resultados
Os primeiros resultados já são colhidos, inclusive na comunidade, por meio dos alunos que começaram a produzir hortaliças em suas residências, a exemplo do estudante Jhon Douglas do Nascimento, aluno do 6° ano do turno matutino. “Eu não sabia como eram cultivadas as plantas e para mim está sendo um grande aprendizado a ponto de levar o conhecimento que aprendi para casa. Eu uso o dinheiro da bolsa para investir nisso: já tenho maxixe, jerimum, tomate, pimentão e algumas plantas medicinais como corama, babosa e hortelã”, contou o estudante.
Coordenado pelo professor César Brito, o projeto agrupa 25 alunos da escola, entre bolsistas e voluntários. Entre as hortaliças cultivadas pelos “pequenos cientistas”, pode-se destacar o cheiro verde, chicória, pepino, pimenta de cheiro, quiabo, alface, pimentão, tomate, jerimum e maxixe, além de árvores frutíferas, como o mamão, banana e azeitona.
Mestre em Educação e Ciências na Amazônia pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Brito informa que os alunos realizam as atividades no contra turno em que estudam. Para o professor, o projeto tem sido muito importante para estes alunos na área de iniciação científica. “Já fui bolsista da Fapeam durante minha graduação e sei da importância de um projeto de pesquisa, que é fundamental para o desenvolvimento estudantil e profissional dos alunos. Muitos deles estavam ociosos em casa e aqui tem a oportunidade de despertar para uma profissão. Já compartilham comigo o interesse em se tornar biólogo, engenheiro agrônomo e até jardineiros”, conta o coordenador.
Brito acrescenta que projetos como o que desenvolve com estes estudantes demonstram o envolvimento do Estado, escola, alunos e suas famílias, o que gera melhorias para a comunidade. O professor ressalta que as pessoas interessadas em participar dessa ação, podem contribuir com materiais de consumo como adubos, sementes e equipamentos, basta entrar em contato por meio do telefone: (92) 98801-7016.