Segundo levantamento do ICMBio, uma espécie está criticamente ameaçada: a ave popularmente conhecida como Bicudo.
Seis espécies da fauna rondoniense foram categorizadas como estando “em perigo” e uma como “criticamente ameaçada” de extinção. As informações são do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (SALVE), a nova plataforma lançada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
As espécies que ocupam a categoria “Em Perigo” de extinção no Estado são: calango, lagarto-ápodo, tuco-tucos, boto-cor-de-rosa, macaco-barrigudo e gato-do-mato.
Outro animal que encontra-se em risco é a ave popularmente conhecida como Bicudo, classificada como Criticamente em Perigo. Ao todo, 2.609 espécies foram catalogadas em Rondônia e região.
De acordo com o biólogo Raul Pommer, essas categorias são analisadas individualmente com base em estudos populacionais e estimativas estatísticas de cada espécie observada.
O que significa cada categoria?
As classificações indicam o nível de ameaça ou conhecimento sobre a população da espécie na natureza. O biólogo explica ainda que quando o animal está classificado como:
– Criticamente Ameaçado, Em perigo ou Vulnerável: pode-se dizer que essa espécie está ameaçada de extinção.
– Extinto na Natureza: não foram mais registrados aparições da espécie na natureza, mas há indivíduos em zoológicos ou programas de reprodução.
– Extinta: não há observação de indivíduos da espécie na natureza e nem em cativeiro.
– Pouco preocupante: quando a população encontra-se estável na natureza e vem sofrendo com pressões, como caça e destruição do habitat.
– Deficiente de Dados: não há informações sobre o estado atual da população de determinada espécie e requer mais estudos.
O que se sabe sobre a ave que está em perigo de extinção?
Sporophila maximiliani, mais conhecida como Bicudo, é uma ave presente em várias regiões do norte do Brasil, inclusive Rondônia. Essa é uma espécie de ave que possui canto.
Aves com canto são principais alvos de caçadores e ‘gaioleiros’ que realizam a captura dos animais para o comércio e tráfico silvestres. A destruição do habitat natural que pode estar ocasionando a redução na população da espécie dessa ave na natureza, explica o biólogo.
Ele ainda ressalta que na plataforma onde são compartilhados os registros de aves, existem apenas dois registros da espécie de bicudos na fauna rondoniense, realizados em 2010, na cidade de Cerejeiras. São cerca de 13 anos sem registros de aparecimento da ave em Rondônia.
O desaparecimento progressivo das outras seis espécies apontadas pelo ICMBio como em perigo de extinção também se deve a mudanças no habitat natural dos animais, como desmatamento e influência humana na natureza.
O que é o Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (SALVE)?
De acordo com o ICMBio, um dos objetivos do sistema é facilitar a gestão do processo de avaliação do risco de extinção e tornar as informações mais acessíveis, contribuindo para a geração de conhecimento e a implementação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade.
Na plataforma é possível saber em qual categoria cada animal se encontra e está disponível para ser consultado por especialistas, estudantes, jornalistas e todos que queiram pesquisar sobre as espécies ameaçadas.
*Por Emily Costa, do g1 Rondonia