Conheça o perfil dos ganhadores do Prêmio Samuel Benchimol

Os Prêmios Samuel Benchimol e Banco da Amazônia premia projetos inovadores em economia sustentável na Amazônia Legal. São oito categorias e R$ 125 mil em prêmios. O Portal Amazônia fez um perfil dos projetos ganhadores do prêmio na edição 2016. A outorga será concedida no próximo dia 28 de outubro, em Belém. Confira!

1) Marcus Emanuel Barroncas Fernandes, ganhador na categoria Ambiental

O projeto intitulado ‘Aproveitamento De Resíduos Sólidos Do Caranguejo-Uçá: Alternativa De Renda E Uso Sustentável‘ utiliza resíduos sólidos do caranguejo-uçá na produção de insumos adicionais para a cadeia produtiva da espécie. O objetivo é gerar renda ao para os pescadores. Marcus Emanuel é doutor em Biologia pela universidade de York na Inglaterra. Seus trabalhos mais recentes têm enfocado o desmatamento das florestas de mangue e atuado como ação mitigadora na produção de mudas e replantio destas florestas, juntamente com as comunidades pesqueiras da península de Ajuruteua, em Bragança-Pará.

2) Jadir de Souza Rocha, ganhador na categoria Econômica/Tecnológica

O projeto ‘Confecção de próteses ortopédicas com fibras vegetais de espécies nativas da Amazônia‘ utiliza a fibra das folhas de curauá e do abacaxi extraídas, processadas e trabalhadas a nível nanométricos para ganharem leveza e alta resistência, ótimas características para próteses ortopédicas. Dessa maneira, seria possível construir próteses de boa qualidade a preços três vezes menor que os praticados no mercado. O projeto foi realizado pelo pesquisador Jadir Rocha, responsável pelo Laboratório de Engenharia de Madeira, pelas tecnologistas Tereza Bessa e Cynthia Pontes, e pelas pesquisadoras Katia Loureiro Ramos e Vania Camara. Mais de cem espécies de madeiras da Amazônia, que servem para diversas categorias de uso, desde pisos a instrumentos musicais já foram estudadas pelo Laboratório de Engenharia da Madeira do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).  Nos últimos anos, os pesquisadores do laboratório focaram o estudo de matérias-primas vegetais de origem não madeireira, desenvolvendo o painel de buriti e inajá (forros e divisórias), o tijolo vegetal para utilização na construção civil (que utiliza casca de coco, caroço de tucumã, ouriço e casca da castanha), além dos paineis de diversos tipos de folhas e a utilização da madeira da pupunheira para a confecção de instrumentos musicais, móveis rústicos de galhos e pequenos objetos.

3) Adriana Ribeiro Francisco, ganhadora na categoria Social

O projeto ‘Métodos alternativos de tratamento de água aplicados em aldeias indígenas do Vale do Javari‘ pretende levar formas alternativas de filtragem e limpeza da água com elementos simples encontrados na localidade. O proposta é utilizar na região métodos testados de tratamento de água a partir da filtragem com uso de sementes de moringa, desinfecção a partir da luz solar e outras técnicas que podem ser utilizadas com pouco custo em áreas que não têm acesso a tratamentos convencionais as mais afastadas. Adriana trabalha com sistemas de tratamento de água e esgoto desde a graduação. No mestrado entrou para um grupo de pesquisa que trabalha com a melhoria da qualidade de água a partir do uso de sistemas alternativos. A pesquisa está no Pós-Doutorado pela agência CNPq. Doutora pela Faculdade de Engenharia Agrícola FEAGRI-UNICAMP, ela atua em pesquisas relacionadas à qualidade de água e efluentes sanitários.

4) Janaína Cardoso de Mello, ganhadora na categoria Economia Criativa

O projeto chamado ‘Caminhos Tapajós: Museu de Território das comunidades’ tem como proposta atuar na região de Floresta Nacional do Tapajós, próximo a Santarém, para que comunidades ribeirinhas, descendentes de indígenas Tapajós criem e façam a gestão de um museu territorial. O local tem como objetivo valorizar a cultura local, empoderar as populações tradicionais e criar uma economia a partir da cultura local de maneira sustentável. Janaína é professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Departamento de Museologia a 8 anos. É doutora em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

5) Allana Trajano Feijão, ganhadora na categoria Economia Verde

O projeto ‘Batedeira Solar de Açaí’ é um sistema de batedeiras movidas por energia solar, sem uso de banco de baterias, composta por um gerador fotovoltaico, um conversor de frequência e uma batedeira de açaí de 17 centímetros, com capacidade de produção média de 3,5 litros por batida. As autoras da proposta foram as acadêmicas do curso de engenharia elétrica da Universidade Federal do Amapá (Unifap) Allana Feijão e Anita Almeida, com orientação do professor Alaan Ubaiara Brito. O projeto alia energia solar e questões sociais e pretende aprimorar a produção e venda de polpa de Açaí em áreas urbanas e de difícil acesso na Amazônia. O dinheiro recebido pelo prêmio será utilizado para a construção de dois protótipos e implantá-los em duas comunidades no Amapá. Cada protótipo foi orçado em cerca de R$ 7,5 mil e deve ser desenvolvido ao longo de um ano. Os julgadores dos projetos irão acompanhar todo o processo até a implantação das batedeiras solares de açaí nas localidades.

6) Maria Alves Lopes Brito, ganhadora na categoria Microempreendedor de Sucesso

Maria Lopes iniciou seu pequeno negócio vendendo pão em um depósito de isopor. Seus clientes começaram a procurar também complementos como açúcar, café, manteiga e outros e a medida que os clientes procuravam ela ia abastecendo seu comércio. No início ela recebia Bolsa Família, mas sempre enfrentava dificuldades por conta de bloqueios do cartão. Com isso, ela resolveu deixar o programa de lado e foi em busca de aumentar seu pequeno comércio. Hoje, ela também faz bolos, doces e salgados, pequenas costuras e consertos em geral, faz suas compras para abastecer o comércio junto com o marido de bicicleta para economizar no frete . Segundo seu relato faz suas compras nos atacadistas sempre à vista para obter desconto e não possui débitos na praça.

7) Carlos Fernandes Xavier, ganhador na categoria Personalidade Amazônica

Um dos nomes do agronegócio na Amazônia Legal é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), função exercida há 20 anos. Ajudou a criar mais de 30 municípios, foi fundador do Sindicato dos Produtores de Paragominas e outros 100 sindicatos, em um cenário que contemplava a existência de apenas sete entidades do tipo. Xavier destaca-se por intensa preocupação com o desenvolvimento e o futuro do Pará, como a defesa das eclusas de Tucuruí, a implantação da segunda entrada da capital por via rodoviária e a interligação da ferrovia Norte-Sul com a cidade. Além disso, teve papel importante na instituição do ICMS Verde, dispositivo que pode ser considerado precursor na consciência ambiental paraense que resultou no estabelecimento de diretrizes quanto a uso dos recursos naturais contemplados na Lei 6745/05.

8) Agropalma S.A, ganhador na categoria Empresa na Amazônia

A Agropalma S/A, produz e comercializa, no mercado nacional e internacional, óleo vegetal e derivados, garantindo o desenvolvimento sustentável do agronegócio. A Agropalma iniciou suas atividades para produção e extração de óleo de palma e óleo de palmiste em 1982 no município de Tailândia, a 220 km de Belém, no Pará, e tornou-se o maior produtor de óleo de palma da América Latina. Hoje domina todo o ciclo produtivo, da produção de mudas ao óleo refinado, gorduras vegetais e margarinas, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento regional e do país.
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