Associação de Reciclagem de Manaus transforma sacolas plásticas em sacos resistentes

Xaréu, Ariacó, Corvia e Pescada Gó. Essas são algumas das 26 espécies de peixes amazônicos em que foram encontradas partículas de microplásticos. A pesquisa, desenvolvida pela Universidade Federal do Pará (Ufam) no estado, foi apresentada em 2018. Esse é apenas mais um dos dados que apontam um problema maior: a poluição por plásticos na região.

Foto:Divulgação/Prefeitura de Manaus

Em Manaus, segundo a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), foram recolhidas quase 845 mil toneladas de resíduos sólidos, em 2018. Só dos igarapés da cidade, foram retiradas 9,6 mil toneladas de lixo no ano passado, uma média de 26,4 toneladas por dia.

Uma das ações desenvolvidas em prol da diminuição desses números e que atende à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) está a da Associação de Reciclagem e Preservação Ambiental (Arpa), que transforma parte do lixo coletado em Manaus em sacos plásticos resistentes.

Foto:Divulgação/Arpa

“Começamos usando as instalações da igreja dos Remédios, no centro de Manaus, para trabalhar e dormir. Fazíamos as coletas de papelão, plásticos, garrafas e outros resíduos. E em 2016 recebemos as máquinas e começamos a fabricar o material, daí saímos das ruas e viemos para um galpão da Prefeitura”, conta Raul Lima, diretor-presidente da ARPA.

A ARPA tem, atualmente, 64 pessoas e recicla cerca de 180 toneladas de resíduos por mês. Foi a primeira associação de catadores de materiais recicláveis do país a produzir e comercializar sacos resistentes para lixo, em vários tamanhos e espessuras. “Para a produção dos sacos de lixo são cerca de 25 toneladas de materiais como: sacolas plásticas, embalagens de frango, sacolinhas de supermercados. Garrafas de plástico não servem para fazermos os novos sacos”, conta.

Arte: Everson Santiago/Rede Amazônica

Ainda segundo Raul, a preocupação da ARPA é dar um destino correto ao sacos e não deixá-los como poluentes na natureza.

“O saco é poluente muito degradavel ao meio ambiente, e a gente produz tirar ele e transformá-lo em novos produtos e colocar no mercado. A gente faz a mesma cadeia da reciclagem”, ressalta.

Foto:Divulgação/Arpa

Parcerias

Em 2018, a Prefeitura de Manaus fez uma parceria com a ARPA e passou a utilizar os sacos, produzido pela associação, na limpeza da cidade.  Um outro parceiro é a EcoForte – Sacos para lixos, que compra os sacos da ARPA, embala e vende nos supermercados e comércios da cidade.

“A ARPA coleta os resíduos plásticos, lava, prensa, transforma em um fio, e depois corta, transformando-os em grãos, e por último vai para extrusora onde são feitos os sacos, ou seja, um novo produtos que chega às gôndolas, com a marca EcoForte, e como isso, trazemos benefícios social e ambiental”, conta Laís Lima, gerente de relações institucionais da EcoForte.

Foto:Divulgação/EcoForte

Atualmente, as duas marcas podem ser encontrados nos comércios de Manaus, tanto a ARPA, quanto a EcoForte, e estão entre os sacos de menor valor e maior resistência.

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