Pequenas, porém muito perigosas para os seres humanos, as aranhas do gênero Loxosceles amazonica, conhecidas como aranha-marrom, aranha-violino ou reclusa-marrom, foram encontradas em Manaus (AM).
Pequenas, porém muito perigosas para os seres humanos, as aranhas do gênero Loxosceles amazonica, conhecidas como aranha-marrom, aranha-violino ou reclusa-marrom, foram encontradas em Manaus (AM). A espécie venenosa foi recentemente descoberta em meio ao lixo em áreas do Centro e alguns bairros como Cidade Nova, bem como no município de Iranduba, na área rural da Vila de Paricatuba, no Amazonas.
Quem detectou a presença do aracnídeo na cidade foi o pesquisador e estudante de doutorado em entomologia no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Marlus Queiroz de Almeida. “Ela é muito comum no Brasil e é a que causa o maior número de acidentes do País, mas ainda não tinha sido encontrada aqui”, explicou ao Portal Amazônia.
O registro foi publicado pela revista especializada Acta Amazonica, sob o título ‘Muito tempo sem ver: Expansão dos registros de Loxosceles amazonica (Araneae: Sicariidae) para o estado do Amazonas, Brasil’. Segundo a publicação, as aranhas Loxosceles são encontradas nas Américas, África e na Europa. Elas não são agressivas e a maioria dos acidentes ocorre por contatos não intencionais, uma vez que elas se escondem facilmente em roupas, lençóis e pequenos espaços.
“Ainda não havia sido encontrada a Loxosceles amazonica em Manaus. Não sabemos se foi introduzida, sua origem aqui, mas as populações estão aumentando porque não existem medidas de prevenção. Elas se reproduzem facilmente e podem ser transportadas pelo lixo”, afirmou.
A picada é indolor, mas as consequências são sérias. O veneno da aranha-marrom possui atividade proteolítica e hemolítica, que podem causar acidentes com complicações graves e até levar à morte. No Brasil, 12 espécies podem ser encontradas. A Loxosceles amazonica tem relatos de ocorrência no Pará, Tocantins, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Mato Grosso.
Segundo Almeida, não existiam registros da L. amazonica na coleção de invertebrados de institutos do Estado até agora e, por isso, pesquisas precisam ser realizadas para saber motivo de seu aparecimento. “Pelo que vi, elas podem se reproduzir em várias épocas, mas precisamos de um estudo maior dessa especie. Além disso, também precisamos alertar a população, que deve ter mais atenção com a limpeza”, disse.
Maranhão
Três pessoas foram internadas após serem picadas por uma aranha-marrom, em São Luís, no Maranhão, conforme reportagem do G1 Maranhão publicada nesta quarta-feira (9). O universitário Otávio Jansen foi mordido pela aranha dentro de casa enquanto dormia, e só percebeu que alguma coisa estava errada quando um dos seus dedos do pé começou a inflamar.
“Inicialmente aparentava ser só um calo, não doía, não inflamou, não tinha nada de diferente do que um pequeno machucado. Só que com o passar dos dias, começou um processo inflamatório muito forte. Simplesmente fazer a limpeza e passar uma pomada no local já não estava fazendo efeito”, contou.
Dicas
As aranhas-marrons, assim como outros aracnídeos, entram facilmente por tubos de ventilação, espaços entre portas e janelas, entre outras pequenas áreas. O ideal é observar se estes locais tem teias e fazer limpeza periódica e balançar calçados ou roupas antes de usar.