Amazônia na COP 28: o que será discutido sobre a maior floresta do mundo?

Protagonismo do Brasil, queda das áreas de desmatamento no bioma e ameaças provocadas pelas mudanças climáticas em nível global são alguns dos principais temas que devem ser abordados.

A COP, sigla em inglês que significa “Conferência das Partes”, é um evento anual com o objetivo de discutir ações efetivas para o controle das alterações climáticas no planeta, ocasionadas pelo ser humano. Participam desta conferência atores da sociedade civil, representantes governamentais, empresas privadas e pesquisadores das mais diversas áreas, principalmente relacionadas com climatologia.

A primeira COP foi realizada em 1995, e, desde então, 27 edições foram realizadas, salvo no ano de 2020, por conta da pandemia de Covid-19. A edição de 2023 é a COP 28, sediada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Com as alterações climáticas exorbitantes vistas ao redor do globo neste ano, a conferência pode ser uma das mais importantes já realizadas. 

Um dos pontos de destaque na Conferência é a participação do Brasil, pois seu posicionamento em relação à proteção ambiental sempre foi prevalente, principalmente quando se considera a riqueza dos biomas brasileiros e o fato do país contar com a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia. 

Foto: Reprodução/Vinícius Mendonça – IBAMA 

Amazônia na COP 28 

A mudança do discurso governamental em relação a preservação ambiental demonstra saldo positivo em relação a diminuição de áreas desmatadas na Amazônia. Fica perceptível que, com cobranças mais sérias realizadas pelos órgão fiscalizadores, o Brasil caminha para retomar seu compromisso com o cumprimento da meta de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) assumida junto a Organização das Nações Unidas (ONU), de reduzir em 48% suas emissões até 2025, e 53% até 2030.

Segundo dados coletados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amazônia teve, no ano de 2023, uma queda de 33% de áreas em alerta de desmatamento. Apesar do fato a ser celebrado – e que deve contemplar os discursos do presidente Lula e de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática -, as mudanças climáticas do planeta vem afetando o bioma de maneira alarmante. 

O período de estiagem da Bacia do Rio Amazonas, somada a fenômenos naturais como o El Ninõ e as mudanças climáticas ocasionadas pela ação antrópica, culminaram em um recorde de queimadas no estado do Amazonas no mês de outubro. 

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem destacado o papel de protagonismo do Brasil na preservação ambiental. Foto: Sandra Blaser/World Economic Forum

Dados estes fatos e, considerando o protagonismo que o país vem adotando em seus discursos em prol da conservação ambiental, representantes do Governo Brasileiro, em especial a ministra do Meio Ambiente, devem abordar estrategicamente: a necessidade da redução da emissão de gases do efeito estufa; a redução da utilização de combustíveis fósseis; e o firmamento de medidas mais expressivas para a adaptação mundial às severas alterações climáticas.  

“Estamos indo para a COP não é para ser cobrados, nem para ser subservientes, é para, altivamente, cobrarmos que medidas sejam tomadas, porque é isso que o Brasil tem feito”,

declarou Marina Silva ao participar de reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito das ONGs, no Senado Federal.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou, também, medidas para a redução do desmatamento do bioma no Estado. Este anúncio ocorre na forma do Programa Amazonas 2030, que será apresentado na COP 28 e que visa alcançar um desmatamento líquido zero, ou seja, compensar cada área desmatada com o reflorestamento. 

Ademais, o projeto visa a arrecadação de 1 bilhão de reais para o financiamento das propostas presentes no documento, por meio da venda de créditos de carbono gerados a partir de reduções de emissões entre 2006-2015.

Outros Estados da Amazônia também já enviaram seus representantes para a COP 28, que teve início nesta quinta-feira (30) e segue até dia 12 de dezembro na Expo City, em Dubai.

*Estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar

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