A Amacro é um audacioso projeto dos três estados para consolidar a criação de uma nova região próspera, sobretudo por meio da produção agrícola e diversos outros setores do agronegócio. A riqueza gerada com o agronegócio seria utilizada para dar sustentabilidade ambiental, contribuindo com as demais fontes de recursos já existentes e assim tornando as políticas ambientais mais sólidas e sustentadas com a riqueza da própria região.
O desenvolvimento do projeto conta com o apoio da Embrapa Territorial, que está finalizando a proposta de como vai funcionar efetivamente a Amacro. Nos dias 9 e 10 será realizada uma reunião, na sede da instituição em Campinas (SP), para uma revisão do projeto da Amacro antes da apresentação da versão final para a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, prevista para ocorrer até o final do mês de setembro.
Segundo o secretário de Produção e Agronegócio, Paulo Wadt, o objetivo da proposta é a construção de um fundo financeiro com recursos que venham das atividades desenvolvidas dentro da Amacro. Ele seria voltado exclusivamente para o apoio dos extrativistas e proteção de terras indígenas e áreas de proteção ambiental. “Todo o dinheiro desse fundo virá da arrecadação de dentro da própria Amacro. Essa é uma proposta inédita para que sejamos capazes de realizar o desenvolvimento econômico dessa região, entre os três estados, no âmbito do agronegócio e ainda assim mantendo a preservação ambiental, sem aumentar o desmatamento”, conta Paulo Wadt.
A medida seria similar às propostas de pagamento de créditos de carbono que hoje são pagos exclusivamente por governos e entidades internacionais, o que resultaria na diminuição da dependência desses recursos para a melhoria da qualidade de vida de extrativistas, indígenas e para a proteção de florestas.
Como funciona o crédito de carbono
A partir dos anos 2000, entrou em cena um mercado voltado para a criação de projetos de redução da emissão dos gases que aceleram o processo de aquecimento do planeta.
Trata-se do mercado de créditos de carbono, que surgiu a partir do Protocolo de Quioto, acordo internacional que estabeleceu que os países desenvolvidos deveriam reduzir, entre 2008 e 2012, suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) 5,2% em média, em relação aos níveis medidos em 1990.
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca de 5% do total mundial e 268 projetos. A expectativa inicial era absorver 20%. O mecanismo incentivou a criação de novas tecnologias para a redução das emissões de gases poluentes no Brasil.