A força dos protetores da floresta: projeto impulsiona sustentabilidade e autonomia dos povos Kayapó e Metuktire

Mulheres indígenas participaram da oficina de fortalecimento das mulheres na aldeia Piaraçu, território indígena Capoto Jarina. Foto: Arewana Juruna.

O projeto ‘Proteção e utilização sustentável da floresta, através do fortalecimento de cadeias produtivas do povo Kayapó/Metuktire’, tem como objetivo o fortalecimento e a soberania dos povos indígenas sobre seus territórios, promovendo o uso sustentável dos recursos naturais e garantindo a proteção das florestas.

O Programa abrangeu 23 aldeias e beneficiou diretamente 187 indígenas e, indiretamente, cerca de 3.300 pessoas nas Terras Indígenas Capoto/Jarina e Menkragnoti. As ações desenvolvidas no projeto focaram no fortalecimento sociocultural, na sustentabilidade, geração de renda, infraestrutura das aldeias e inclusão de mulheres, promovendo a equidade de gênero.

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Foram realizadas melhorias na conectividade e infraestrutura com a instalação de antenas de internet e sistemas de energia solar nas aldeias Poreby e Kadjatnhõrõ e a construção de seis casas tradicionais na aldeia Kadjatnhõrõ e quatro na aldeia Poreby. Para garantir uma gestão dos resíduos e o saneamento, foi feito um sistema de saneamento ecológico nas aldeias Kadjatnhõrõ e Poreby e uma oficina de gestão de lixo na aldeia Piaraçu, que capacitou Agentes de Saneamento Ambiental (AISAN) de diversas aldeias.

Além disso, foi construído um depósito para armazenamento de resíduos recicláveis na aldeia Piaraçu, distribuição de lixeiras de coleta seletiva e EPIs para a gestão de lixo em todas as aldeias associadas ao Instituto Raoni e a organização de mutirões de limpeza em aldeias como Totonhore, Metuktire, Kapoto e Sonkarasan.

O projeto também desenvolveu ações para geração de renda, como a capacitação em apicultura na aldeia Paquiçamba, com 15 participantes do povo Yudja, sendo 10 homens e cinco mulheres, que receberam materiais e ferramentas (caixas de enxame apícola e EPIs) para iniciar a produção de mel.

Foram entregues também materiais e equipamentos para o fortalecimento da produção de polvilho na aldeia Wani Wani, melhorando a qualidade da farinha e dos derivados da mandioca, além do apoio à produção de peças artesanais tradicionais do povo Trumai, incentivando o aproveitamento sustentável de madeira.

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Momento de prática durante a oficina de apicultura. Foto: Yakarewa Juruna

Empoderamento das mulheres indígenas

Como forma de reforçar a importância da participação das mulheres nas iniciativas apoiadas pelo Programa REM MT, o projeto realizou a primeira Assembleia de Mulheres Indígenas do Instituto Raoni, em Colíder, um marco significativo na participação feminina nas decisões políticas e comunitárias. 

O evento resultou na criação do Ropni: Departamento de Mulheres do Instituto Raoni, fortalecendo a presença das mulheres nos espaços de liderança. A iniciativa também promoveu oficinas sobre participação política e organização das mulheres indígenas.

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Sobre o projeto

O Instituto Raoni, com apoio do Programa REM MT, executou o projeto e destinou destinou R$1.131.444,00 para sua realização, beneficiando indiretamente, cerca de 3.300 pessoas nas Terras Indígenas Capoto/Jarina e Menkragnoti.

Programa REM MT é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado de Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento. O REM MT beneficia aqueles que contribuem para manter a floresta em pé, como os agricultores familiares, pequenos e médios produtores que praticam a agropecuária sustentável, povos e comunidades tradicionais e os povos indígenas. O REM MT realiza o fomento de iniciativas que estimulam a economia de baixo carbono e a redução do desmatamento, a fim de reduzir as emissões de CO2 no planeta. 

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