Olho na tela X Olho no olho

O mundo mudou. O homem está cada vez mais imerso na tecnologia, afinal ela ajuda a resolver uma serie de problemas de forma rápida
Estes dias fui a um aniversário de 15 anos e na festa havia uma cabine de fotos. Fiz a foto na cabine e, em questão de segundos, estava com a foto nas mãos. Lembro que há pouco tempo isso não era possível. Revelação de fotos era no mínimo em 24 horas.

Foto: Reprodução/Shutterstock

 

A presença da tecnologia em nossos dias é tão forte que percebo como as crianças acabam passando despercebidas por nós. Elas são inseridas desde de muito cedo neste universo digital, e ninguém mais se assusta ao ver uma criança de seis meses com o dedinho rolando na tela do smartphone.Não há como duvidar sobre o quão fantástico é este mundo digital e o quanto é propício para desenvolver habilidades criativas pois é capaz de nos conectar com o mundo todo, aumentando assim o conhecimento.

O que ainda precisa de cuidado neste aspecto da vida moderna é sobre como estamos inserindo as crianças neste universo, ou melhor, como os nativos digitais podem ser protegidos dos perigos que também circulam em torno da rede.



Aos pais, alertamos sobre a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBB) no que tange ao uso de telas por crianças abaixo de 2 anos de idade, A recomendação é que nesta faixa etária não seja permitido o uso e para as que possuem 2 anos, limite o uso a uma hora ao dia.  Ressalta ainda o aumento das chances de sedentarismo que acarreta de todos os tipos de doenças.



Foto: Reprodução/Shutterstock

 

Há um entendimento dos efeitos negativos sobre o cérebro da crianças entre 0 e 2 anos quando expostas excessivamente às telas. Elas serão estimuladas visualmente a mentalmente com chances de desenvolverem transtornos ou déficits de atenção e hiperatividade, além de se distanciarem  do contato e, consequentemente, do desenvolvimento social que é tão fundamental para a formação do indivíduo.

Consigo identificar na geração atual uma falha: os pais tem perdido a capacidade de dizer não para os seus filhos, tornando assim crianças sem limites, sem empatia e incapazes de lidar com as frustrações.O ato de brincar leva a criança a desenvolver algumas habilidades que também se perdem quando estão imersas no universo digital, como a imaginação, a coragem e a curiosidade.



Porém se analisarmos o mundo em sua constante evolução, não podemos impedir o uso das tecnologias, mas encorajo que as telas sejam usadas como um recurso e não como um vício.

Algumas dicas podem ajudar aqueles que acham quase impossível que suas crianças, até 4 anos,  sejam separadas das telas digitais:   

•    Crie um Cantinho Criativo: Escolha um lugar na casa onde a criança possa fazer tudo o que ela quer, a partir dos combinados que vocês fizerem juntos. O mais correto é criar os combinados universais. Você pode ter ideias para estes combinados fazendo uma pesquisa usando a hashtag #4combinadosuniversais. Se os combinados estiverem bem alinhados, não precisará “vigiar” a criança. Espaços como este faz com que a criança tenha liberdade para criar e fatalmente tira o foco da telinha.   
•    Faça um quadro de horários: Inclua as atividades diárias da criança como a hora do banho, hora do lanche, almoço, etc. Faça junto com a criança, inserindo também o tempo de brincar no cantinho criativo.   
•    Proteja sua criança : para ter liberdade para brincar, sua casa precisa estar segura para esta criança, Então tome providências quanto as tomadas, artigos cortantes, portas abertas e etc.

Foto: Reprodução/Shutterstock

Mudar o hábito de uma criança não é tarefa fácil. É possível que você enfrente muitas birras neste processo e precisa estar preparado para elas porém é valido entender que a internet tem oferecido muitos conteúdos inapropriados para crianças, publicidade direcionada a crianças, cenas que incitam ao bullying, desafios perigos.

Por isso é importante o controle parental.

Fiz algumas pesquisas sobre Controle Parental e identifiquei umas dicas bem legais do Dr. José Luiz Setúbal, do Instituto PENSI.

    •    Lista de reprodução: Faça uma playlist dos conteúdos que você considere mais adequados para o seu filho, ao invés de deixar que ele assista aleatoriamente o que aparece ou faça pesquisas por conta própria. Chame seu filho para escolher com você. Essa é uma boa oportunidade de explicar porque alguns conteúdos podem e outros ainda não.
    •    Inscreva-se nos canais que você gosta: ou nos canais que vocês gostam e que se adeque a uma seleção prévia. Ela poderá servir de parâmetro para o seu filho ir percebendo o que é aceitável na família.
    •    Ative restrições de idade: a maior parte das plataformas de vídeo oferece alguns limitadores de acesso por idade (classificações etárias). Ativando esse controle, seu filho só terá acesso aos vídeos ou animações classificadas para a idade. Dentre as plataformas mais populares, o Prime Amazon permite até 5 classificações de idade. Já o Netflix oferece automaticamente a classificação de 12 anos quando é criado um perfil para crianças. E o Youtube Kids oferece conteúdo pré selecionado com classificação até 8 anos.
    •    Desativar a reprodução automática: vídeos relacionados aos temas já vistos em vídeos anteriores por vocês são apresentados como alternativas pelas plataformas. Para controlar o acesso das crianças às novas ofertas, você pode bloquear a reprodução automática e selecionar o próximo conteúdo manualmente.
    •    Use um bloqueador de conteúdos de vídeo: você pode bloquear alguns conteúdos que você não queira que seu filho tenha acesso, principalmente no Youtube e Vimeo (sexo, violência, bullying, agressividade, etc). Aproveite essa ferramenta sempre que achar necessários mas saiba que, no próprio Youtube existem centenas de vídeos ensinando a burlar esse controle. Para crianças menores usar plataformas que já façam essa seleção de vídeos por idade ajuda muito.

O que mais importa em todo processo de controle parental é o olho no olho. Uma boa conversa, combinados prévios, limites e muito amor e paciência. É importante saber que a internet tem um publico enorme e não conseguimos separar o joio do trigo. O importante é acompanhar e construir esta relação de confiança e responsabilidade mutua.



Até a próxima!

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