O estudo pretende revelar o que o Maranhão tem de cavernas e o que elas contêm de singular.
O pesquisador e geógrafo da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Cláudio Castro, acompanhado de um grupo de alunos, está realizando no município de Presidente Dutra e região, a pesquisa ‘Revelando o mundo cárstico nos arenitos’.
Com os estudos, que tiveram início em 2021, o professor pretende revelar o que o Maranhão tem de cavernas e o que elas contêm de singular. Ele acredita que elas podem oferecer para o Estado um grande potencial turístico pela beleza que existe no município e adjacências, sem falar nas novas espécies que ainda podem ser descobertas, bem como recursos arqueológicos e a natureza que a população precisa conhecer.
“Esses estudos que estamos fazendo para conhecimento do Maranhão e do mundo são extremamente importantes e, nessa região, por ser um divisor de águas das bacias dos rios Itapecuru e Parnaíba, eu consigo ter um subsídio muito forte para outras pesquisas que virão no futuro”
disse Cláudio.
O pesquisador, que é docente do curso de Geografia da UEMA, explicou que escolheu Presidente Dutra para realizar suas pesquisas porque o município está se desenvolvendo rapidamente, recebe o transporte da soja, a pecuária cresce muito e, ali estão se instalando novas instituições de ensino superior.
“É importante perceber o avanço da cidade que está em franco crescimento no campo e na área urbana, bem como saber que existe o elemento caverna nesse universo, por isso, é fundamental conhecer essas cavernas”, declarou o pesquisador.
“E porque Presidente Dutra”? Continua Cláudio, “não só por este quadro apresentado, mas por estar na divisa da bacia do Itapecuru com o Parnaíba”, explicou.
Conforme esclarece o professor, “ali constam formações distintas da geologia, da geomorfologia, do relevo das duas bacias hidrográficas, inclusive, conseguimos encontrar, até agora, cavernas na bacia do rio Parnaíba, e, ainda, temos notificações de outras cavernas na bacia do rio Itapecuru, onde será dado prosseguimento das pesquisas mais tarde”.
O professor enfatizou que, como os estudos visam alcançar um resultado de extrema relevância para a sociedade, a fauna e a flora, as cavernas, além de serem uma formação de relevo dentro de uma geologia, abrigam vida e, por isso, são diferentes de uma árvore, por exemplo. Então, são de vidas de uma fauna exclusiva de cavernas que precisam ser conhecidas, por serem raras.
“Por serem abrigos, no passado, essas cavernas serviram como ambientes de ancestrais dos povos originários que conhecemos hoje. Esses povos que estavam aqui quando os europeus chegaram, seus antepassados já viviam nesses locais. Temos que conhecer todo esse universo, para isso, precisamos fazer uma pesquisa de base, topografar essas cavernas, identificá-las e cadastrá-las’, esclareceu o professor.
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