Conheça o Cacuriá, dança típica da cultura popular maranhense

O Cacuriá é uma dança importante no folclore maranhense e marca presença durante o encerramento das festividades do Divino Espírito Santo.

O Cacuriá é uma dança típica da cultura popular do Maranhão. Ela agrega outros ritmos como o Carimbó, o Bumba meu boi, os ritmos das caixas da Festa do Divino Espírito Santo – festa que ocorre no dia de Pentecostes – e as festividades juninas.

De acordo com  informações do livro ‘Vem cá curiar o cacuriá!’, da jornalista maranhense Inara Rodrigues, a dança foi criada em 1973 por Alauriano Campos de Almeida, folclorista conhecido como “Seu Lauro”, inspirada no Carimbó das Caixeiras, tradição realizada ao final da festa do Divino Espírito Santo. 

A dança é conhecida pela coreografia sensual, músicas de duplo sentido e o bambaê de caixa, a dança das caixeiras, realizada após a derrubada do mastro, uma espécie de vara enfeitada que ostenta a bandeira do Divino Espírito Santo.

O Bambaê de Caixa é uma dança de roda, acompanhada por instrumentos de percussão. Um ou dois pares de brincantes executam coreografia bastante complexa, de reviravoltas bruscas e passos rápidos e variados, em ritmo contagiante. 

Foto: Reprodução / Geografia Nordeste

A origem

No entanto, a dança é associada popularmente à figura de Almerice da Silva, a “Dona Teté”. Ela era dançarina do Cacuriá de Seu Lauro e se destacou por isso. Em 1986, participando de uma peça de teatro pelo Laboratório de Expressões Artísticas (Laborarte), Dona Teté criou sua versão.

Ainda de acordo com a jornalista maranhense, o Cacuriá inicia após os festejos do Divino Espírito Santo. Seria o que chamam de “parte profana”, quando após os festejos religiosos a população de junta para se divertir, dançar e cantar. Teté faleceu em 2011, mas seu legado é mantido até hoje como uma forma de manifestação da cultura, das crenças e dos costumes maranhenses.

Dona Teté. Foto: Divulgação/Ministério do Turismo

Características

Integrantes do Cacuriá dançam em duplas, com movimentos cheios de sensualidade coreografados em uma roda, conhecida como “cordão”. Os pares dançam com passos marcados, muito rebolado do quadril, improviso e interação com o público. É considerado uma mistura de marcha, valsa e samba, e o ritmo fica a cargo das caixeiras, que cantam toadas que abordam temas sobre a natureza, crenças, brincadeiras antigas e, também, anseios da população. 

Há uma pessoa que introduz as ladainhas, que depois são seguidas pelos demais participantes que dançam e respondem o coro no compasso. A parte vocal é composta por versos improvisados respondidos por um coro de brincantes.

As toadas são ritmadas através do som de um instrumento conhecido como ‘Caixa do Divino’, instrumentos de percussão em formato de pequenos tambores feitos geralmente com couro de boi. Também são usados banjo, violão, clarinete e flauta.

As roupas dos brincantes são “combinando”. As mulheres usam blusas curtas e saias rodadas compridas. Normalmente usam adereços no cabelo. E os homens usam um colete e calças curtas, ou blusas e calças, bordados com as mesmas estampas das roupas femininas.

Confira uma apresentação do Cacuriá de Dona Teté:

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