Museu Casa de Rondon, Vilhena: último posto telegráfico original em Rondônia. Foto: Júlio Olivar/Acervo pessoal
Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com
Há exatamente 110 anos, o coronel Cândido Mariano da Silva Rondon (1865/1958) inaugurava a linha telegráfica que conectava Rondônia ao Brasil, um marco histórico na expedição que durou oito anos e transcendeu a comunicação.
Em 1º de janeiro de 1915, Rondon realizou o feito em Santo Antônio do Rio Madeira, cidade que seria anexada a Porto Velho em 1945. A comissão científica liderada por ele realizou estudos pioneiros em hidrografia, mineralogia, botânica, etnologia, entre outras áreas, possibilitando o reconhecimento do estado de Rondônia.
A expedição Roosevelt-Rondon, realizada entre 1913 e 1914, em paralelo à Comissão Telegráfica, descobriu a foz do Rio da Dúvida, rebatizado como Rio Roosevelt, e produziu um inventário sobre aspectos biológicos, ambientais e sociológicos da região.
Rondon, indicado três vezes ao Prêmio Nobel da Paz, é oficialmente considerado herói da Pátria e precursor dos direitos humanos. Seu legado inclui políticas indigenistas inovadoras e o reconhecimento internacional como defensor dos povos originários.
Hoje, o Memorial Rondon, em Porto Velho, e a Casa de Rondon, em Vilhena, são lembranças tangíveis da importância histórica de Rondon. O nome “Rondônia” eterniza sua memória, significando “terra de Rondon”, segundo o antropólogo Edgard Roquette-Pinto que criou o neologismo.
Sobre o autor
Júlio Olivar é jornalista e escritor, mora em Rondônia, tem livros publicados nos campos da biografia, história e poesia. É membro da Academia Rondoniense de Letras. Apaixonado pela Amazônia e pela memória nacional.
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