Na carta, publicada pelo periódico, Parolin responde a um convite enviado no dia 25 de julho, em nome da Unasul, pelo ex-premier espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, pelo ex-presidente do Panamá Martin Torrijos e pelo ex-líder da República Dominicana Leonel Fernández. O grupo tenta solucionar a situação no país e convidou formalmente a Santa Sé para ajudar na questão.
“Agradeço a alta consideração demonstrada pela Igreja Católica, que tem em seu coração o compromisso com a paz e o progresso das nações e que, como pode assegurar várias vezes à Vossa Excelência, se mostra disponível para contribuir com a superação da crise que aflige a Venezuela”, escreveu o secretário de Estado. O cardeal ressaltou que o pedido para a chamada “formal” de governo e oposição se deve ao fato de que eles estariam “mais receptivos para acolher eventuais sugestões a fim de seguir adiante de maneira duradoura e proveitosa”.
“O Santo Padre abençoa e acompanha com a oração esta árdua missão e faz votos para que, o mais rápido possível, o amado povo venezuelano possa retomar o debate civil em um ambiente de confiança mútua e deixe para trás tantos sofrimentos, que atingem sobretudo os cidadãos mais pobres e indefesos”, ressalta o religioso. Parolin ainda afirma que é preciso que “aqueles que têm nas mãos o destino da Pátria” consigam superar as “rivalidades e a hostilidade política e se reconheçam irmãos”.
Na noite de terça-feira (13), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, havia informado sobre a existência da carta do papa e agradeceu Francisco “pelas palavras que expressou no comunicado”. Antes da questão venezuelana, a postura do papa Francisco foi fundamental para a retomada das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba e para a concretização da assinatura do acordo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).