De acordo com o procurador especial do caso, Jorge Ramírez, para calcular o valor oi considerado os três projetos desenvolvidos pela Odebrecht nos quais houve corrupção: o gasoduto sul peruano, a rodovia Chacas e dois trechos da rodovia interoceânica sul.
Em entrevista à imprensa local, Ramírez lamentou que a empresa só tenha oferecido pagar US$66 milhões em indenização, o equivalente ao dobro do valor gasto em propinas. “Nós esperamos que a Odebrecht mude de atitude. Não é possível que eles ofereçam US$66 milhões como reparação civil. Eles têm que fazer uma reflexão”, disse o procurador.
Por sua vez, o porta-voz da Odebrecht no Peru, Rodrigo Vilar, respondeu à proposta em nota e rebateu que o valor oferecido superaria a soma das indenizações feitas para os outros sete países com os quais a empresa fez acordos – Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala.
“Em todos esses países foram utilizadas para o cálculo da reparação metodologias alinhadas com práticas internacionais, baseadas, entre outros pontos, no valor dos ilícitos praticados, no valor das informações fornecidas para as investigações e a capacidade de pagamento da empresa. Considerando esses fatores, a média de indenizações ficou entre duas e três vezes a dos valores pagos ilicitamente”, explicou a empresa na nota.
Segundo a denúncia da Procuradoria, o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, é acusado de ter recebido propinas milionárias em troca de concessões à construtora, enquanto ocupava cargos no governo e em empresas privadas.