“A Unidade Democrática ratifica a Mobilização contra a Instalação de Fraude Constituinte nesta quinta-feira (3). Vamos defender a Constituição!”, anunciou no Twitter a MUD, que organizou inúmeros atos contra uma Constituinte considerada tentativa de “consolidar a ditadura” do chavismo.
A manifestação estava prevista para hoje em um primeiro momento. Espera-se que coincida com a instalação amanhã da Constituinte no Palácio Federal Legislativo, segundo o calendário anunciado por órgãos estatais, que não foi confirmado pelas autoridades.
A Constituinte vai ser instalada na sede do atual Parlamento, que tem maioria oposicionista, e contra o qual, segundo o presidente Nicolás Maduro e alguns membros da Assembleia eleita no domingo, serão tomadas medidas.
Até a instalação da Constituinte, o atual Parlamento continua trabalhando na sede legislativa, sob alerta de um possível desalojamento ou de novos ataques de “coletivos”, grupos de civis às vezes armados que dizem defender a revolução chavista e que atacaram, em várias ocasiões, a Câmara.
Em sessão à qual compareceram os embaixadores da Espanha, do México, da França e do Reino Unido para respaldar a instituição, o Parlamento reafirmou ontem que não reconhece a Assembleia Constituinte e nem as decisões que possa adotar, e se comprometeu a fazer o possível para evitar sua instalação.
Maduro e membros eleitos da Constituinte anteciparam que o novo poder eliminará a imunidade dos parlamentares e tomará medidas contra os líderes oposicionistas que convocam manifestações, que acabam em violência.
O atual Parlamento foi escolhido em dezembro de 2015.
Desde o mesmo começo da legislatura, a Câmara foi declarada “em desacato” pelo Supremo Tribunal, corte acusada de ajudar Maduro.
Vários países estrangeiros informaram que não reconhecerão a nova Constituinte e que já estão em andamento sanções contra Maduro.