O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou o triunfo dos candidatos governistas em 17 dos 23 estados, que elegeram seus governadores neste domingo (15). Mas os resultados preliminares foram questionados, minutos antes de sua divulgação, pela oposição, que denunciou “irregularidades”.
Os partidos opositores, aglutinados na Mesa de Unidade Democrática (MUD), apostavam nessa votação para derrotar o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder há 18 anos.
As pesquisas de opinião indicavam que, se mais de 60% do eleitorado votasse, a oposição elegeria entre 15 e 18 governadores. Mas, apesar da participação eleitoral ter sido alta (61,14%), os resultados do primeiro boletim oficial, divulgado duas horas após o fechamento das últimas urnas, foram o oposto.
Segundo a presidente do CNE, com 95,8% dos votos apurados, apenas um estado – Bolívar – continuava sem definição. Nos demais, a “tendência irreversível” assegurava a vitória da oposição em cinco estados (apenas dois a mais dos que já tinha).
Auditoria é pedida
O chefe de campanha da MUD, Gerardo Blyde, disse que não reconhece os resultados das eleições, pediu que se realize uma auditoria e denunciou irregularidades.
Entre elas, a decisão do governo de transferir centros de votação de última hora, afetando 700 mil eleitores – 224 mil deles no estado de Miranda, um dos principais redutos da oposição, governado pelo ex-candidato presidencial Enrique Capriles.
Já o presidente Nicolas Maduro comemorou o triunfo que, segundo ele, representa uma vitória da “paz e da democracia”. Em 2018, serão realizadas eleições presidenciais e Maduro espera se candidatar à reeleição ou fazer o seu sucessor.