Pelos dados do Acnur, cerca de 117 mil venezuelanos pediram refúgio ao governo brasileiro desde 2017.
O porta-voz do Acnur, William Spindler, elogiou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de determinar a abertura da fronteira para os venezuelanos. “O Acnur celebra a decisão do Supremo”, disse.
Em Genebra, Spindler afirmou que os venezuelanos chegam ao Brasil em busca de segurança. Mais de 200 venezuelanos não puderam finalizar o ingresso em território brasileiro, segundo o porta-voz, em decorrência do impasse envolvendo a fronteira na região de Roraima.
De acordo com Acnur, o Brasil reúne mais de 32,7 mil solicitantes de pedidos de refúgio, enquanto 25 mil já obtiveram autorização para permanência legal no país.
Indígenas
O porta-voz ressaltou que boa parte dos venezuelanos é formada por indígenas, que estão em situação vulnerável devido à falta de alimentos e condições de sobrevivência.
Spindler citou o exemplo do líder comunitário de Warao, Eligio Tejerina, de 33 anos, cujo filho caçula está com pneumonia. O indígena tem cinco filhos e disse que todos estavam passando fome na Venezuela.
“Decidimos vir para o Brasil porque nossos filhos estavam esfomeados”, afirmou. “Eles choravam de fome porque só tinham uma pequena porção de comida”.