FMI aponta que economia da Venezuela avança rumo à hiperinflação

Foto: Reprodução/Agência Brasil

O Fundo Monetário Internacional (FMI) analisou as perspectivas econômicas de todos os países da América Latina. Segundo documento publicado nesta segunda-feira (23), a Venezuela está passando por um forte crise econômica que pode, futuramente, ocasionar um estado de hiperinflação. A hiperinflação eleva rapidamente o preço dos produtos devido recessão ou desvalorização acentuada da moeda. Na última semana, o presidente Nicolás Maduro apresentou uma série de medidas para alavancar a economia do país.

Segundo o documento do FMI, “A Venezuela continua a atravessar uma profunda crise econômica e avança rumo à hiperinflação, em consequência de um elevado déficit fiscal que foi monetizado, das graves distorções econômicas e de uma forte restrição da disponibilidade de bens intermediários importados. Para 2017, prevê-se que a atividade econômica sofra uma forte contração e a inflação continue a acelerar”.

Segundo informações do Banco Mundial a inflação na Venezuela em 2013 chegou a marca anual de 35,5%. Segundos dados do Banco Central Venezuelano, em novembro de 2016 o país acumulou durante todo o ano uma inflação de 784,5%. Na prática produtos ficaram quase 8 vezes mais caro em comparação ao mesmo período do ano passado.

MudançasLogo nos primeiros dias de janeiro (4), o presidente Nicolás Maduro anunciou uma série de medidas para controlar a crise financeira do país. No gabinete do presidente foram designados 11 novos ministros e foi decidido que os ministérios da área econômica fossem anexados ao novo Ministério de Economia e Finanças, dirigida pelo economista e deputado Ramón Lobo.Segundo documento publicado pelo próprio presidente o objetivo dessas mudanças foi ”libertar o país da criminalidade, recuperar a economia, consolidar os programas de assistência social e garantir a paz”.A crise financeira, com consequências no acesso a bens básicos, é uma das principais críticas realizadas pela oposição ao governo venezuelano. Os principais partidos de oposição foram às ruas na última semana para solicitar do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país um referendo revogatório. A medida é uma espécie de impeachment previsto na Constituição da Venezuela, e que segundo a lei os venezuelanos têm até janeiro deste ano para submeter Maduro à lei.

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