Farcs pedem monitoramento de acordo de paz na Colômbia

O líder máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko, pediu nesse domingo (4) monitoramento internacional para a implementação do acordo de paz, diante do que considera um “reiterado descumprimento” por parte do governo colombiano. As informações são da Agência Brasil.

Foto: Reprodução/Twitter-FARC_EPueblo
O líder guerrilheiro denunciou que um helicóptero sobrevoou sem aviso a área de reunião em que se encontra, dentro de seu processo de desmobilização. Ele alertou sobre a detenção de dois guerrilheiros que faziam trabalhos relacionados à implementação do acordo.

Entrega de armas

Timochenko havia dito no domingo (4) que considera “ordenar o adiamento” da entrega de armas, que deveria concluir no dia 20 deste mês, devido à prisão de um guerrilheiro identificado como Yimmi Ríos. “Perante a captura de ‘Yimmi Ríos’, que está (realizando) tarefas relacionadas com a implementação (do acordo de paz), estou considerando ordenar o adiamento da entrega de armas”, escreveu “Timochenko” em sua conta no Twitter.

Segundo explicou o líder guerrilheiro, Yimmi Ríos tinha permissão para participar desses trabalhos após um acordo com o Alto Comissariado da Paz, Sergio Jaramillo, e com Mónica Cifuentes, assessora do seu escritório, “com conhecimento do presidente (Juan Manuel) Santos”.

“Com o argumento com que foi capturado ‘Yimmi Ríos’, qualquer integrante das Farc que esteja em tarefas da implementação pode ser detido”, acrescentou Timochenko.

Prazo

Há uma semana o governo colombiano e as Farc decidiram estender até 20 de junho a entrega de armas por parte da guerrilha. O desarmamento inicialmente deveria ter terminado em 29 de maio, mas foi adiado devido à demora no processo de implementação do acordo de paz por diferentes motivos.

Segundo explicaram à Agência EFE fontes da guerrilha, Yimmi Ríos, que faz parte do Bloco Martín Caballero das Farc, foi detido domingo de manhã em Bogotá. A polícia lhe solicitou a carteira de identidade durante uma blitz rotineira e o guerrilheiro foi detido quando comprovaram havia ordens de busca em seu nome, por vários delitos.

Segundo essas fontes, Yimmi Ríos é alvo de uma circular vermelha, utilizada pela Interpol para solicitar a detenção preventiva com vistas à extradição, razão pela qual somente um juiz pode colocá-lo novamente em liberdade.

O escritório do Alto Comissariado para a Paz confirmou hoje que o guerrilheiro teve a ordem de captura suspensa por uma resolução presidencial e por outra do procurador-geral.  “Estava em Bogotá há dois meses realizando tarefas próprias do processo de paz dirigidas à consolidação da listagem dos membros das Farc que farão seu trânsito à legalidade”, acrescentou.

No entanto, a suspensão da ordem de captura foi feita em nome de Yimmi Ríos, que forneceu às autoridades seu apelido de guerrilheiro e não o seu nome real, o que pode ter dado origem à confusão de domingo.

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