Exploração de cobre gera conflitos entre indígenas e governo no Equador

Forças Militares do Equador próximo ao acampamento mineiro ocupado. Foto: Divulgação/Acción Ecológica

Indígenas do povo Shuar e o Governo do Equador estão em conflito desde o último dia 14 de dezembro por causa da ocupação de um campo de mineração de cobre chamado de Panantza-San Carlo, situado na província amazônica de Morona-Santiago, sudoeste do Equador. O local compreende uma área de 41.760 hectares cuja concessão de extração de minério pertence a empresa chinesa Explorcobres S.A. O embate teve início no último mês de agosto, quando os indígenas foram expulsos do território pelas forças armadas. O governo afirma que durante ação um dos polícias foi morto por arma de fogo e responsabiliza os indígenas. Desde então, o local está sob Estado de Exceção.

Segundo informações do Acción Ecológica, uma organização não-governamental que trata de questões ambientais e indígenas no Equador, os indígenas Nankintz do povo Shuar, expulsos do seu território tradiconal, decidiram voltar para a região no dia 21 de novembro para ocupar os acampamentos mineiros em busca de um diálogo com o governo.

Segundo o documento publicado pela organização, “a comunidade Nankintz tem entrado em contato com os organismos oficiais e legais, como o Ministério do Meio Ambiente, Ministério de Minas ou a embaixada chinesa no Equador para tentar obter um diálogo sobre este sério conflito. De frente para o silêncio, abuso e falta de resposta a partir destes organismos e ao Estado equatoriano, que deve ser responsável por assegurar o cumprimento dos direitos, a comunidade Nankintz não tinha escolha, a não ser ir para o caminho da resistência constitucionalmente reconhecidos por a exercer o direito de viver em seus territórios e defender as suas fontes de vida.”

Para o Governo os indígenas estão lutando por uma terra negociada de maneira legal e afirma que a terra nunca foi indígena, mas de colonos dedicados à produção agrícola. “Elas nunca foram terras ancestrais. Elas são terras de colonos dedicadas à produção agrícola e pecuária, durante décadas, que foram legalmente adquiridos pela empresa mineradora”, afirmou o presidente Rafael Correa em seu relatório de trabalho semanal.

O presidente ainda publicou em seu perfil no Twitter, no último dia 19 de dezembro, que conflito entre indígenas e policiais resultou em morte e feridos. “Em Morona, a violência quer tomar o campo de mineração Panantza San Carlos. Temos um policial morto e vários feridos. Criminosos!”, escreveu.

Os Nankintz publicaram uma carta aberta ao presidente do Equador em que afirmam que a medida de Estado de Exceção, resultou na ação de forças militares na região. “A militarização imediata dos territórios Shuar, contra os quais o governo lançou uma verdadeira caçada contra os líderes e membros da comunidade, é uma ilustração clara de violência extrativa”, afirma a carta.

Trinta ativistas e intelectuais de várias partes do mundo assinam a carta condenando as ações de violência do governo e apoiando a defesa dos direitos humanos em solidariedade ao povo Shuar.

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