Com elogios mútuos, os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do Equador, Rafael Correa, tiveram nesta quarta-feira (15) seu último encontro oficial e foram ofuscados pelos escândalos de corrupção envolvendo a construtora Odebrecht em seus respectivos países.
Os presidentes foram indagados por jornalistas sobre os supostos casos de corrupção e financiamentos ilegais de campanha. Correa, que deixará o cargo em breve, após as eleições presidenciais de domingo no Equador, é suspeito de manter uma lista de funcionários que teriam recebido dinheiro da construtora ou encoberto casos de corrupção. Os crimes teriam ocorrido entre 2007 e 2016, período durante o qual a empreiteira teria pago cerca de US$ 33,5 milhões às autoridades equatorianas, justamente durante o mandato de Correa.
Já Santos, que venceu o Prêmio Nobel da Paz em 2016, por conta do histórico acordo com as Farc, lamentou o “dano” que o escândalo provocou em sua imagem e ao país, em meio às acusações de que a construtora brasileira poderia ter dado até US$ 1 milhão para sua campanha presidencial em 2014. “Este tipo de situação deve ser esclarecida no menor tempo possível”, disse.
A Odebrecht admitiu ter pago propina em 12 países, sendo que em cada local o escândalo tomou formas e proporções diferentes. Além de Equador e Colômbia, os casos de corrupção apareceram no Peru, Venezuela, Panamá e Estados Unidos, os quais já anunciaram medidas contra a atuação da Odebrecht em seus territórios.