O texto, proposto por diversos países americanos, como Argentina, Peru, Chile, Colômbia e Canadá, foi aprovado com 23 votos a favor e sete contra, incluindo os de China, Cuba e da própria Venezuela – outras 17 nações abstiveram-se.
A resolução pede para que Caracas “aceite ajuda humanitária com o objetivo de remediar a escassez de alimentos, medicamentos e recursos médicos”, já que isso vem gerando um “aumento da desnutrição, em particular de crianças, e a aparição de doenças que haviam sido erradicadas ou controladas anteriormente na América do Sul”.
Além disso, o conselho também pede para a Venezuela “cooperar” com o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, que é dirigido pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, através da divulgação de um “relatório abrangente” sobre a situação do país, que será analisado na 41º sessão do colegiado, em junho de 2019.
O embaixador venezuelano na ONU, Jorge Valero, condenou a resolução e a considerou “o começo de uma escalada intervencionista” para conseguir a queda do governo e “estabelecer um mecanismo de tutela estrangeira” sobre a Venezuela. Valero ainda acusou os países que promoveram a resolução de serem instrumentos dos Estados Unidos e de Israel contra Caracas.
Até então, todas as tentativas de introduzir a crise humanitária venezuelana na agenda do conselho haviam fracassado, mas, desta vez, o chamado Grupo de Lima, que é composto por países do continente americano, conseguiu atingir sua meta.
O embaixador do Peru Claudio de la Puente afirmou que era hora de o órgão abordar uma situação que provocou a saída de cerca de 2 milhões de venezuelanos para outros países da região. Segundo ele, o objetivo da iniciativa é “dar voz a milhões de venezuelanos que sofrem com a crise”.
A Venezuela rejeita qualquer tipo de ajuda humanitária, principalmente dos países ocidentais, considerando que isso poderia ser usado como pretexto para uma possível intervenção militar.