Na segunda-feira (29) o governo colombiano comemorou 180 dias do acordo de paz realizado entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, fez um ponunciamento na tevê colombiana fazendo uma retrospectiva de todo o trabalho realizado em favor do acordo de paz. “A Colômbia está deixando no passado para sempre uma história de sangue e dor. Cumprido os primeiros seis meses de acordo e o fim do conflito, a paz é irreversível”, afirmou o presidente colombiano.
O acordo, assinado por Santos e pelo líder das Farc, Rodrigo Londono (conhecido como Timochenko), foi rejeitado em um plebiscito em outubro do ano passado. Novos acordos foram feitos e formaram uma segunda versão, menos tolerante com os guerilheiros, como a maioria da população gostaria. O acordo prevê o desarmamento dos membros das Farc, a erradicação do cultivo e produção de drogas e programas sociais que visam integrar os mais de 6 mil guerrilheiros ao convívio comum da sociedade civil.
Uma das principais atividades do atual governo é tentar acelerar as ações que contém no plano de paz. Uma das maiores preocupações de órgãos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), é que as ações do acordo de paz demorem muito tempo, prejudicando os acordos mantidos por ambos os lados.
Um dia após a assinatura do documento, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o acordo é uma inspiração para outros conflitos em todo o mundo. “A ratificação do acordo é um marco para o processo que reafirma a esperança compartilhada por todos os colombianos por um futuro de paz e prosperidade após décadas de conflito”, disse Ban, que complementou afirmado esperar que os esforços se transformem rapidamente em trabalho para a implementaçõa do acordo.
Segundo dados do Mapa da Organizações Militares ao redor do Mundo da Universidade de Stanford, na Califórnia, as Farc alcançaram em 2007 o maior número de membros da sua história, chegando a mais de 18 mil guerrilheiros. Atualmente esse número está em 6 mil rebeldes e que serão integrados em processos de penalização por seus crimes e restituição a sociedade.
Uma das etapas principais do processo de paz é a entrega de armas pelos membros das Farc. Segundo o governo colombiano a entrega de armas, que seria realizada nesta segunda-feira (29), foi adiada por 20 dias. Também foi prorrogada por dois meses o fechamento das Zonas de Trasição, uma área de tregua e reintegração a vida civil para os ex-guerrilheiros.
ELN
Atualmente o governo colombiano está em negociação com outra guerrilha da região, chamada Exército da Liberação Nacional (ELN). Segundo dados do Ministério da Defesa da Colômbia, esse grupo é composto por 5.793 criminosos: 3.201 armados em 2.542 milicianos e membros de redes de apoio. Até o momento, o ELN é o maior desafio para a consolidação da paz no país.
Nesta terça-feira (30) o governo da Colômbia e o ELN iniciaram reuniões para tentar um acordo de paz. As ações acontecem no Equador e de acordo com o governo, ambos os lados estão interessados em um tratado para realizar a paz no país.