O anúncio foi feito um dia apos as históricas eleições legislativas do último domingo (11) que contaram com a participação dos ex-rebeldes das Forcas Armadas Revolucionarias da Colômbia (Farc). Para Santos, a votação representa uma consolidação do acordo de 2016, que colocou um fim a 52 anos de enfrentamentos entre o governo colombiano e a maior guerrilha do país. No ano passado, 7 mil rebeldes das Farc entregaram as armas. Em troca, receberam financiamento para criar um partido, que conservou a sigla, mas mudou o nome para Forca Alternativa Revolucionaria do Comum.
“Foi a primeira vez em mais de meio século em que as Farc, em vez de sabotar as eleições, participaram delas”, disse Santos. Mas os resultados da votação, divulgados nesta segunda-feira (12) foram pouco favoráveis aos ex-guerrilheiros e aos aliados do partido no governo, colocando à prova o acordo que levou o presidente a ganhar um Prêmio Nobel da Paz.
O acordo garante as Farc cinco senadores e cinco deputados no novo Congresso, independentemente do número de votos obtidos. O novo partido esperava ampliar sua bancada além da cota, mas não obteve suficiente apoio. Muitos dos 36 milhões de eleitores colombianos ainda associam as Farc à violência, que, em mais de 50 anos, matou 260 mil pessoas. A prova foi que os partidos conservadores, que se opuseram ao acordo de paz, foram os mais votados. Mas eles não têm maioria.
Agora, toda a atenção está voltada para as eleições presidenciais de 27 de maio, que serão disputadas por duas grandes coligações – além de candidatos de diferentes partidos. Ivan Duque, do partido Centro Democrático, representará a aliança de direita. Seu padrinho politico é o ex-presidente Álvaro Uribe, que já foi aliado de Santos, antes de liderar uma campanha contra o acordo de paz. Gustavo Petro, que já foi guerrilheiro do antigo M-19, vai ser o candidato da aliança de esquerda.