O vice-presidente econômico da Venezuela, Tareck El Aissami, anunciou a reabertura da fronteira com o Brasil a partir desta sexta-feira (10). El Aissami anunciou, ainda, que, além das fronteiras com o Brasil, também seriam abertas as comunicações marítimas e aéreas com a ilha de Aruba. O fechamento da fronteira foi determinado pelo governo Maduro na noite de 21 de fevereiro.
“O presidente Maduro anuncia à comunidade internacional a reabertura da fronteira terrestre com o Brasil a partir do dia de hoje. Gradualmente, iremos restabelecendo os mecanismos de controle fronteiriço para que esta fronteira seja cada vez mais uma fronteira robusta de desenvolvimento econômico produtivo e que beneficie a ambos os povos, a ambas as nações”, anunciou El Aissami na televisão estatal VTV.
Em seu anunciou, El Aissami disse que houve reuniões, “muitas delas públicas, outras secretas” com os atores importantes da fronteira: “as Forças Armadas do Brasil, nossa Força Armada Nacional Bolivariana, o governo de Roraima, a prefeitura de Pacaraima, senadores, setores produtivos”.
“E hoje podemos anunciar, uma vez assumidos os compromissos necessários para não voltar a este lamentável episódio de 23 de fevereiro (tentativa de entrada de ajuda humanitária), recebemos com prazer o compromisso das autoridades da fronteira e das autoridades de forma geral do governo do Brasil para transformar essa zona em uma zona de paz, uma fronteira de paz. Além disso, recebemos uma manifestação de respeito por nossa soberania e o compromisso com a não ingerência nos assuntos que competem aos venezuelanos”, disse.
Fechamento da fronteira
O fechamento da fronteira foi determinado pelo governo de Maduro na noite de 21 de fevereiro. A justificativa foi tentar barrar a ajuda humanitária oferecida pelos EUA e por países vizinhos, incluindo o Brasil, que havia sido pedida pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó. Maduro viu a oferta dessa ajuda como uma interferência externa na política da Venezuela.
No mesmo dia do anúncio do fechamento, venezuelanos correram para Pacaraima para comprar estoques de mantimentos. Mesmo com o fechamento, venezuelanos continuaram cruzando a fronteira entre Santa Elena de Uairén, na Venezuela, e Pacaraima por rotas clandestinas, as chamadas “trochas”, para estudar, comprar comida ou deixar o país.