A expedição percorre 10 municípios, em um trajeto de quase 900km, de Belém ao município de Breves, no Marajó, e entrando no rio Tocantins até o município de Baião.
Pela primeira vez, pesquisadores mapeiam o rio Pará, o quinto maior rio do mundo. O trabalho é liderado pela pesquisadora Vania Neu, professora da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e envolve cientistas de outras sete instituições de pesquisa, com financiamento do Governo do Estado. A expedição percorre 10 municípios, em um trajeto de quase 900km, de Belém ao município de Breves, no Marajó, e entrando no rio Tocantins até o município de Baião.
Segundo a pesquisadora, 20% de toda a água doce que chega ao oceano vem da foz do rio Amazonas, o maior rio do mundo. Avaliar a contribuição do rio Pará nesse cenário é um dos objetivos do projeto, que inclui também a primeira realização de medições de gases que causam o efeito estufa e contribuem com as mudanças climáticas; avaliação da qualidade da água e monitoramento de sedimentos presentes no rio e a quantificação de microplástico nas águas do Pará, incluindo os efeitos sobre o pescado (peixes e camarões).
“É um trabalho importante, porque além desse levantamento e monitoramento nunca ter sido realizado, com a pesquisa nós também podemos realizar a primeira estimativa do microplástico que está saindo do rio Pará e indo para o oceano, ou seja, são dados com impacto internacional e podem contribuir para a agenda ambiental do estado, especialmente nesse momento de interesse de sediar Conferência Mundial do Clima em 2025”,
disse.
A pesquisadora explica que os dados também contribuem para previsões futuras do nível de água e correntes, o que pode gerar um sistema de monitoramento para previsão de riscos e desastres para a população do Pará. O grupo se desloca em um barco laboratório, o percurso da expedição é georreferenciado e a coleta de dados ocorre durante todo o dia, tanto por meio de equipamentos, tanto por coletas completas, realizadas pelos pesquisadores em sete pontos específicos, de acordo com o ciclo da maré, totalizando 13 horas diárias.
A primeira expedição já foi realizada, mas estão previstas mais quatro, que aguardam o repasse do recurso para continuar. O projeto ‘Influências dos Processos Hidrodinâmicos sobre as trocas de carbono e nitrogênio no sistema estuarino no rio Pará’ é financiado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet) e executado pela Fundação Guamá.
Além de pesquisadores de iniciação científica, mestrado e doutorado, o projeto também reúne cientistas da Universidade Federal do Pará (UFPA); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade de São Paulo (USP); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Museu Emilio Goeldi (MPEG) e Fundação Guamá.