O artigo com a nova espécie foi publicado no final de junho em revista especializada.
Trata-se do parasito de brânquias descrito no peixe Satanoperca jurupari, popularmente conhecido como acará bicudo, coletado no Rio Curiaú-AP. A nova espécie recebeu o nome de Henneguya sacacaensis, uma homenagem ao Raimundo dos Santos Souza, popularmente conhecido como “Sacaca”, devido a sua contribuição à cultura popular amapaense. O artigo com a nova espécie foi publicado no final de junho na Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária (RBPV).
Essa descrição é fruto da dissertação de mestrado defendida pelo acadêmico Roger Leomar da Silva Ferreira, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, na Universidade Federal do Amapá. O jovem cientista destaca que os parasitos estão presentes na maioria dos ecossistemas e compõem uma importante parte da biodiversidade, tanto pelo número de espécies como pelo papel que desempenham nos processos ecológicos.
O trabalho apresentou como metodologia as comparações morfológicas e morfométricas entre as espécies de Henneguya spp., da água doce da região amazônica, descritas até o momento, e foi complementado com ferramentas de análise molecular. Segundo a orientadora do trabalho, Prof.ª Dra. Marcela Videira, este é o primeiro parasito do Filo Cnidaria (Subfilo Myxozoa) descrito a nível mundial para este ciclídeo, acrescentando que ainda se tem muito a conhecer sobre esses microparasitos que habitam a ictiofauna amazônica.
Curiosamente, o gênero Henneguya foi destaque recentemente na Revista Galileu, em 25 de fevereiro de 2020, com o título “Primeiro animal que não precisa de oxigênio para sobreviver é descoberto”, pois durante o sequenciamento do DNA do Henneguya salmonicola, perceberam que ele não possuía material mitocondrial, e que a sua ausência dessa organela indica que o animal não respira oxigênio.
O êxito do trabalho se deve à parceria UEAP e UFRA. Na UEAP, a pesquisa foi desenvolvida junto ao Grupo de Pesquisa de Sanidade de Organismos Aquáticos (SOAA), no Laboratório de Morfofisiologia e Sanidade Animal (LABMORSA), liderado pela Prof.ª Dra. Marcela Videira; na UFRA, no Laboratório de Pesquisa Carlos Azevedo, liderado pelo Prof. Dr. Edilson Matos e o Laboratório de Genética Aplicada, liderado pelo Prof. Igor Hamoy.
Link para acesso ao artigo: https://www.scielo.br/pdf/rbpv/v29n2/1984-2961-rbpv-29-2-e000620.pdf