Elas fazem ciência na Amazônia: UFPA promove Programa Futuras Cientistas

Programas de incentivo à ciência para mulheres proporcionam a descoberta de vários talentos além inovações científicas, tecnológicas e sociais.

Programas de incentivo à ciência para mulheres no geral buscam diminuir a disparidade de iniciativas para homens e proporcionam a descoberta de vários talentos e inovações científicas, tecnológicas e sociais que a sociedade pode usufruir a partir de uma perspectiva feminina.

Entre diversas ações voltadas para incentivar a participação de mais meninas e mulheres na ciência, este ano a Universidade Federal do Pará (UFPA) integrou as atividades do Programa Futuras Cientistas. 

A iniciativa voltada para o estímulo de mulheres, integrantes da rede pública de ensino, nos espaços de produção científica no país expandiu, pela primeira vez, sua atuação em nível nacional e teve a UFPA como parceira no acolhimento de alunas do 3° ano do ensino médio e professoras da educação básica.
Foto: Divulgação/UFPA

Além de incentivar a participação de mulheres na ciência, o projeto também contribui para o estreitamento do diálogo entre universidade e escola e entre ensino superior e ensino básico. 

Para a professora Elinete Oliveira Raposo, subcoordenadora estadual do Programa Futuras Cientistas, a participação das universidades em um projeto como este é fundamental para que o espaço científico e as áreas das tecnologias sejam cada vez mais preenchidos por mulheres.

“Esperamos que o Programa Futuras Cientistas aumente a oportunidade de ingresso dessas jovens nas universidades, potencializando seu protagonismo em pesquisas das áreas das ciências, também incentivando a escolhas mais conscientes de sua futura profissão, uma vez que estão no último ano do ensino médio. Em relação às professoras, além do aspecto formativo, consideramos importante a divulgação científica nas escolas em que atuam, por meio das partilhas durante o processo, além do retorno ao meio acadêmico nos programas de pós-graduação disponíveis”,

explica Elinete Raposo.

Foto: Divulgação/UFPA

Ao todo, foram desenvolvidos, no mês de fevereiro, cinco planos de trabalho distribuídos entre os campi de Belém, Bragança e Ananindeua. As atividades, comandadas por mulheres, foram desenvolvidas com base em temáticas que promovam a imersão científica das alunas com uma perspectiva interdisciplinar. Assim, práticas em laboratórios, visitas a acervos, discussões em sala de aula, produção de materiais, escrita científica, entre outras formas de se produzir conhecimento científico, somaram-se a essas experiências.

“É uma ação pensada, planejada e executada que objetiva dar visibilidade à presença e à participação da mulher no meio científico, dentro de uma instituição de excelência como a UFPA. Então, minhas expectativas são as mais otimistas possíveis, que as alunas e professoras da educação básica, participantes das oficinas, ao serem inspiradas e motivadas pelas experiências vividas, possam sensibilizar, com seus relatos, outras mulheres e outras meninas”, ressalta Ariadne Peres, professora do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI/UFPA) que coordenou um dos Planos de Trabalho oferecidos.

Apresentada ao projeto pela sua professora de Biologia, Beatriz Carvalho, uma das alunas participantes das atividades desenvolvidas no estado, avaliou sua participação como educativa e esclarecedora. “Como uma pessoa que sempre teve paixão pelo conhecimento, minha experiência foi extremamente positiva. Participar deste projeto me proporcionou a oportunidade de conhecer mais sobre a ciência e me motivou ainda mais a estar na universidade e dedicar a minha vida ao estudo científico e às futuras descobertas. Também me ajudou a entender que o estudo e o exercício da ciência são para todos. É necessário apenas persistência e dedicação”.

Foto: Divulgação/UFPA

Programa Futuras Cientistas

O Futuras Cientistas é um programa do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) criado em 2011. Seu objetivo é incentivar mulheres (alunas e professoras) de escolas públicas nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, a fim de contribuir com a equidade de gênero no mercado profissional. Em mais de 10 anos, a iniciativa conseguiu que 70% das participantes do programa fossem aprovadas no vestibular. Destas, 80% destinadas a cursos nas áreas de Ciência e Tecnologia. 

As atividades do projeto iniciam no ensino médio e seguem até o ensino superior. Nele, as participantes são imersas no campo científico e recebem diversos auxílios na área, como mentoria e estágios.  

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