Cerca de 50 mil clones de mudas de plantas frutíferas e ornamentais são produzidos em Roraima

Clonagem de plantas realizada por biofábrica começou em 2022. Objetivo da iniciativa é alcançar produtos de qualidade genética e fitossanitária superior aos já existentes.

Biofábrica produz até 50 mil clones de mudas de frutas e orquídeas em Roraima. Foto: Ronny Alcântara/Rede Amazônica RR

Uma empresa de Roraima está produzindo clones de mudas de frutas, como a banana e o abacaxi, e plantas ornamentais, como as orquídeas nativas da Amazônia. A biofábrica pode produzir até 50 mil mudas em um mês.

O projeto começou em 2022, com a clonagem de plantas em laboratório. No entanto, a ideia do projeto surgiu quando a idealizadora dele, a empresária Maria da Conceição, ainda estava na graduação.

Durante o estágio, a especialista começou a desenvolver a tecnologia que permite, a partir de uma única muda, a clonagem de até 250 mudas idênticas. O objetivo da ação é alcançar produtos de qualidade genética e fitossanitária superior aos já existentes.

“Hoje a gente trabalha com o foco comercial nas mudas de banana, iniciando abacaxi, além de pitaia e orquídeas nativas da Amazônia”, explicou a dona da Biotech.

Por serem produzidas em laboratório, as plantas ficam totalmente livres de pragas e doenças, segundo a empresa. Além disso, a criação nesse ambiente também possibilita a produção em todas as épocas do ano.

Passo a passo  

O processo de clonagem inicia com a seleção positiva. Nessa etapa, a equipe vai até a propriedade do agricultor e identifica os materiais genéticos mais promissores e produtivos do local. Em seguida, escolhe o material genético superior e leva para o laboratório. No ambiente, o material passa por uma processo de limpeza chamado de desinfestação e, em seguida, pelo processo de cultivo in vitro.

Ao longo de cinco meses, o material passa por sucessivas repicagens, um transplantio de uma mudinha de um local para outro no mesmo viveiro. Dessa forma, até 250 cópias da planta podem ser obtidas. Com cerca de oito ou dez meses, as mudas podem ser levadas a campo.

A biofábrica de mudas é a primeira do estado e tem capacidade de produção de até 50 mil por mês. Para a criadora do projeto, o espaço físico é reduzido e até o final deste ano, a empresa deve aumentar o número para 100 mil mudas, com mais espécies nativas da Amazônia.

“A gente só tem capacidade de produção de até 50 mil mudas, e de uma única demanda a gente já tem essa encomenda de 50 mil e já não conseguimos atender novos clientes. Então, a principal perspectiva é crescimento estrutural, contratação de pessoal e assim atender um maior número de clientes”, 

explicou Maria da Conceição.

A iniciativa recebeu apoio do programa Inova Amazônia, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que visa fortalecer a bioeconomia na Amazônia e fomentar o crescimento econômico com inovação aliado à conservação ambiental.

“O objetivo do programa é fomentar, apoiar e desenvolver tanto ideias inovadoras como empresas que já existem ou startups. Então o propósito é esse: se você tem ideias e podem ser tiradas do papel ou fortalecidas, todas elas voltadas pro segmento da bioeconomia”, explicou Fabiana Duarte, gestora do Inova Amazônia. Um novo edital do programa deve ser lançado entre o final de junho e início de julho deste ano. 

*Por Carlos Barroco, do g1 Roraima 

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