Robério Braga participa dos 75 anos do Romance “A Selva” – Oliveira de Azeméis – Portugal (2005)

O evento contou com, pelo menos, cinquenta congressistas portugueses, além de uma grande quantidade de participantes vindos do Brasil, Alemanha, França entre outros países.

Foi no ano de 2005, nos dias 28, 29, 30 e 31 de julho, em Oliveira de Azeméis que ocorreu o Congresso Internacional dos 75 anos do Romance “A Selva” do festejado escritor Ferreira de Castro, no auditório da Junta da Freguesia.

O secretário de Estado da Cultura à época, Robério Braga, levou ‘palavras de apoio’ e incentivo ao congresso. Foto: Abrahim Baze/Acervo

Uma viagem histórica, especialmente as visitas no almoço na “Pensão Suíça” em Macieira de Cambra, onde Ferreira de Castro passava suas férias. Em Orssela, a Casa Museu Ferreira de Castro, a Biblioteca de Orssela, a Igreja Velha, o Cemitério Paroquial foram algumas das visitas, neste período. O evento contou com, pelo menos, cinquenta congressistas portugueses, além de uma grande quantidade de participantes vindos do Brasil, Alemanha, França entre outros países.

Robério Braga levou para o Brasil uma lembrança ao município Oliveirense. Foto: Abrahim Baze/Acervo

Orssela terra em que o menino José Maria Ferreira de Castro partiu para o Brasil em busca de uma vida melhor, aventurando-se na selva amazônica. Tudo ocorria com o propósito de homenagear o homem, o escritor Ferreira de Castro que nas margens do Rio Madeira vivendo no Seringal Paraíso experimentou as agruras de viver e trabalhar no seringal, cuja, a obra foi traduzida para muitos idiomas.

Naquela oportunidade Robério Braga participava como Secretário de Estado da Cultura do Estado do Amazonas, levando sua palavra de apoio e incentivo, contribuindo para manter vivo a memória do escritor, que viveu no Seringal Paraíso em Humaitá. Robério Braga, acompanhado de sua esposa representava naquela ocasião o Governador do Estado do Amazonas levando em sua bagagem a palavra do Governo do Estado do Amazonas para esta iniciativa de extrema relevância. Nesta oportunidade, lembrou com emoção as origens de seu avô, Lourenço da Silva Braga, natural da cidade de Braga, que ainda muito jovem imigrou para o Brasil, para Salvador – Bahia.

Naturalmente sentiu-se confortável, primeiro por sua descendência lusa, segundo por ter nascido no Estado para onde imigrou Ferreira de Castro, deu sua contribuição resgatando o testemunho de um período importante da nossa história.

Pedro Calheiros, coordenador científico do Congresso, abriu o período das intervenções na sessão inaugural. Foto: Abrahim Baze/Acervo

[…] Aos senhores de Oliveira de Azeméis, portanto, nada mais trouxe do que as palavras das florestas, das árvores, das águas, dos mundos encantados, do meu Estado Natal, por onde o José Maria andou. E a eles deu a saber que o mundo amazônico continua a ser o mesmo que desafiou Ferreira de Castro e o fez escritor.

Robério Braga

Escritor de ‘A Selva’, Ferreira de Castro. Foto: Abrahim Baze/Acervo

Foram dias memoráveis em que se discutia a obra, o homem e o humanista Ferreira de Castro, lembrando que aquele menino ainda muito jovem, ao torna-se homem assumiu para si o seu lugar na literatura mundial.

Em toda essa memória e em cada intervenção foram lembrados os rios Juruá, Purus, Javari e Madeira. Destacaram-se os indígenas que habitavam aquela região, as doenças que causaram as mortes de muitos seringueiros, além dos ataques indígenas e dos Parintintins. Foi lembrado também os milhares de imigrantes que viajaram de terceira classe nos porões dos navios, para fazer parte daquele exército de seringueiros, que no início de sua chegada eram chamados de “brabos”.

O trabalho iniciava-se nas primeiras horas da madrugada nas estradas da selva adentro cujo trabalho era sangrar as árvores para retirada do látex que exportado em forma de pelas se traduzia em milhões de dólares. Ferreira de Castro levou a conhecer a Amazônia através da obra A Selva, como bem disse Robério Braga, a “Amazônia não mudou, continua a mesma”. Robério Braga também resgatou a passagem de Ferreira de Castro pela Amazônia com uma obra importante. 

Deputada (à época, junto à Assembleia Nacional) Manuela Aguiar com Aníbal Araújo. Foto: Abrahim Baze/Acervo

 Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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