A Educação em III Atos Filosóficos; ATO I: Immanuel Kant e a Educação

Resolvi compartilhar um estudo em três atos, dando atenção a três filósofos que, por meio de seus pensamentos, contribuíram para a educação que temos hoje em dia.

Olá querido leitor! 

Pensando aqui em como eu poderia levar a você, inteligentíssimo consumidor de nosso conteúdo educacional, algo que valesse a pena, lembrei que no doutorado que faço em Filosofia da Educação em Portugal, há muito conteúdo legal, que pode ser aplicado em diversas áreas do conhecimento. Resolvi, então, compartilhar um pouco desse estudo com vocês em três atos, dando atenção a três filósofos que, por meio de seus pensamentos, contribuíram muito para a educação que temos hoje em dia.
Foto: Imagem / Reprodução internet

ATO I: Immanuel Kant e a Educação

Em uma ótica de que a pedagogia atual foi fortemente impactada pela autodeterminação crítica do individuo, Imannuel Kant instiga a ação de pensar em todas as circunstâncias, como busca de se eleger o que é correto, justo e bom. Para Kant, o homem é o único ser a ser educado e que somente a educação é capaz de tornar um verdadeiro homem. Nesse sentido, compreende-se o homem como reflexo do que a educação fez dele. Assim, encontra-se a filosofia como um pontapé para o que se dá como educação básica do indivíduo, tendo o importante papel de ensinar e orientar o homem a deixar de ser bruto e selvagem para se tornar autônomo e civilizado.

Para Kant “o homem é única criatura que precisa ser educada” e “o homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação, ele é aquilo que a educação faz dele”. Iniciada no Iluminismo, a Educação para ser um campo forte de discussão e é em Kant que o tema toma ainda maior relevância. Na obra “Sobre a Pedagogia”, há uma série de análises escritas sobre a educação. Foi publicada em 1803, um ano antes da morte de Kant. Nesse período, Kant consegue compreender que o ideal da organização social está distante de ser o ideal do iluminismo, em decorrência do que a política tem de forte representatividade social. Ele consegue ainda compreender a ausência de um sistema educacional que tenha princípios universais coerentes com a moralidade, que se aplicado corretamente dentro do processo educacional, levaria o homem à liberdade e à felicidade.

Para Kant, a dúvida está sempre a respeito de como que é possível que os homens se tornem felizes, se não são morais e sábios. E o que precede essa moralidade e a sabedoria, nada mais é do que a educação. A busca pela autonomia é outro pressuposto da necessidade da Educação, já que, somente educado, o ser humano é capaz de alcançar esta autonomia.

Nesse sentido, atualmente, muito se acredita na busca da autonomia para os alunos, em especial da Educação infantil e no Ensino Fundamental I. Como base desse processo, as escolas brasileiras desenvolveram, por meio da BNCC – Base Nacional Curricular Comum – uma série de medidas para levar o aluno a uma maior autonomia. Além disso, em especial na rede particular, a competência e autonomia se tornam dois fatores essenciais para o desenvolvimento deste aluno, que precisa chegar ao Ensino Fundamental II e Médio com mais capacidade de autogerenciamento, resolução e compreensão do seu EU em um contexto global.

A relação de autonomia está amplamente relacionado à liberdade, já que, ao se tornar autônomo, o sujeito passa a ter ferramentas para ser cada vez mais livre, vencendo assim a propensão do mal e convertendo-se para o bem. Assim, Kant traz a ideia na obra “Religião dentro dos limites da simples razão” de que “o homem é mau por natureza” e somente torna-se bem, quando vence a barreira da ausência da educação.

Kant ainda torna-se famoso pela criação do tema: idealismo transcendental, que demonstra que o ser humano traz formas e conceitos a priori, ou seja, aqueles que não vem da experiência, para a experiência concreta do mundo. A filosofia da natureza e da natureza humana de Kant é historicamente uma das mais determinantes fontes do relativismo conceptual que dominou a vida intelectual do século XX. Kant – Hora Racionalista crítico, hora como racionalista transcendental relata que as leis cientificas não correspondem em si as leis da natureza, mas sim de classificar os dados que vem de nossa mente. Focado na razão (livre) e a natureza (determinista). Para Kant, a sociedade é altamente impactada pelo indivíduo, e assim nossas relações interpessoais e intrapessoais se fortalecem a cada dia. 

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