Eliel Valente buscou planejamento e estudo para que sua “Cozinha do Lico” começasse com o pé direito. Hoje, ele vende tanto as pizzas quanto os ingredientes.
Você já havia reparado que sempre que um vegano e um vegetariano pedem pizza, praticamente só há uma opção de sabor? Essa é a dor que Eliel Bergue Valente resolve na sua “Cozinha do Lico”: a sua pizza vegana artesanal é a primeira do ramo no Estado: a massa, os queijos e calabresas são veganos, os vegetais são colhidos da sua horta: tudo é feito por ele (e o melhor: com preços acessíveis).
Eliel é professor de música autônomo no Instituto Boa Vista de Música (IBVM) e está terminando a “Licenciatura em Música” na UFRR. Quando sentiu que estava prestes a sair de seu último emprego, conversou com sua esposa sobre investir o dinheiro em um empreendimento.
Como sempre gostou de cozinhar, decidiu que empreenderia nessa área. Só que ele precisaria se profissionalizar antes. Foi quando entrou no curso “Salgados Finos para Coquetel” do Senac Roraima, em 2019.
Motivado, ele quis abrir seu negócio com tudo o que tinha direito: montou um plano de negócios para saber o que vender e como; comprou os primeiros equipamentos; optou por começar como Microempreendedor Individual (MEI), tendo menos burocracias (participa do Imposto Simples Nacional, por exemplo), paga taxas menores (R$65 mensais) e pode movimentar até R$81mil anuais.
Apesar de nessa modalidade não ser obrigatório ter alvará de funcionamento, Eliel optou por ter. O cuidado é tanto que ele até se adaptou a lidar com planilhas: “eu sei quem compra de mim, quanto de material estou precisando, quanto é para investir em equipamento na cozinha, como administrar o fluxo de caixa”.
“Quem deseja empreender deve focar no que sabe fazer de melhor; buscar conhecimento nessa área; procurar uma lacuna a ser preenchida na sociedade que tenha relação com o que faz; formalizar-se; organizar um espaço separado na sua casa ou em outro lugar que, inicialmente, não lhe traga despesas com aluguel”, ensinou.
Há sete meses com a Cozinha do Lico aberta, ele utiliza ingredientes artesanais – “o toque da Cozinha do Lico”. O objetivo é servir pratos gourmet variados, mas ele começou com as pizzas artesanais.
Houve um momento em que vendeu menos. Analítico como é, pesquisou o mercado novamente e chegou no seu carro-chefe, a pizza vegana artesanal.
Ele também vende os produtos separadamente. No futuro, pretende utilizar ingredientes importados de outros Estados para incrementar os próximos pratos, e já até começou o “Superior Técnico em Gastronomia”, “para melhorar mais ainda o meu conhecimento e fazer a empresa crescer”.
“Não se deve pensar no negócio como uma subsistência pessoal, e sim em algo que vai ajudar a comunidade de alguma maneira, suprindo uma necessidade do mercado local”, aconselhou.