Uma das iguarias mais tradicionais de Boa Vista, capital de Roraima, é a paçoca, e a valorização da mesma é encarada com seriedade pela população. No último sábado (22), a “maior paçoca do mundo” bateu mais um recorde no arraial Boa Vista Junina de 2019, e atingiu 1.050 kg, superando em 27 kg o próprio recorde, registrado no ano de 2018.
Porções da iguaria de origem indígena, feita à base de carne seca e farinha de mandioca, foram distribuídas de graça para quem estava na penúltima noite do evento, também batizado de “O maior arraial da Amazônia”. Para a “superprodução” foram gastos cerca de R$ 40 mil.
Na receita foram usadas duas toneladas de carne seca, que reduz de volume durante o processo de cozimento, e aproximadamente 400 kg de farinha. As quantidades de sal, óleo e cebola não foram informadas. Toda a carne foi comprada de produtores de Roraima e a farinha veio de comunidades indígenas.
“No edital de licitação nós não colocamos em quilos, colocamos em percentuais. A paçoca precisa ter em média 60% de carne e 40% de farinha”, explicou a superintendente da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista (Fetec), Alda Amorim.
A “maior paçoca do mundo” pesou meia tonelada da primeira vez que foi produzida, no arraial Boa Vista Junina de 2015. No ano seguinte, 2016, a iguaria chegou a 775 kg, já em 2017, bateu 856 kg.
A história da ‘maior paçoca do mundo’
A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), afirmou que estava muito feliz por conseguir quebrar o próprio recorde mais uma vez, e por poder divulgar a cultura de um prato típico do estado. “Além de fazer essa brincadeira com a população em que cada um come um pouquinho da paçoca”.
A ideia de produzir uma paçoca gigante foi apresentada em 2015 com a pretensão de se tornar um “chamariz turístico” para Boa Vista, de acordo com Surita. “É um prato típico, que vem da cultura indígena. É a nossa paçoca. Há quatro anos começamos com a produção desta que é a maior paçoca do mundo”, destaca.
A pesagem foi acompanhada pelo público e ocorreu com o auxílio de um guindaste. O recorde, no entanto, não está registrado no Guinness Book, o livro dos recordes. Segundo a superintendente da Fetec, o Guinness reconhece o recorde, mas existe uma questão burocrática que ainda precisa ser resolvida.
“Ainda não temos o selo porque como é uma instituição pública é difícil legalizar por uma questão financeira. Não temos foto no livro porque há um custo e este custo via setor público é bem complexo”, explica.
“O maior arraial da Amazônia”
Batizado pela prefeitura como o maior da região Norte, o Boa Vista Junina chega a sua 19ª edição, desta vez durante cinco dias de festa (19 a 23 de junho). A atração principal da noite de abertura foi a Banda Magníficos, que levou uma multidão às praças Fábio Marques Paracat e Velia Coutinho, no Centro da capital.
Com destaques à cultura regional, apresentação de 18 quadrilhas, extensa praça de alimentação, muita música, bonecos gigantes, show de luzes, atendimentos sociais e recreativos, além da produção da “maior paçoca do mundo”, a festa é uma das mais aguardadas pelo público boavistense.