O Canto da Peixada guarda muitas histórias, entre elas, a de ter fornecido a refeição do papa João Paulo II, quando esteve em Manaus, em 1980.
Em uma das esquinas mais tradicionais de Manaus, rua Emílio Moreira com avenida Ayrão, o Canto da Peixada é a pedida para quem quer conhecer e experimentar da culinária do amazônida.
Tambaqui, tucunaré, matrinxã, pirarucu, sardinha, surubim, pacu e jaraqui são apenas algumas das delícias que fazem parte do cardápio a mais de 45 anos.
E o Canto da Peixada guarda muitas histórias, entre elas, a de ter fornecido a refeição do papa João Paulo II, quando esteve em Manaus, em 1980.
Quem lembra dessa história e guarda, inclusive as louças usadas pelo pontífice, é o proprietário do restaurante Aldenor Ernesto Lima, de 80 anos, que conta com orgulho, como foi servir o papa.
“Ele não comeu no restaurante, mas do restaurante. Juntei cozinheiras, garçons, e uma equipe e preparamos daqui o jantar do papa, uma caldeirada de tucunaré sem espinhas. E no outro dia, já no almoço, o papa fez questão de pedir mais peixe, e servimos uma costela de tambaqui na brasa para ele. E não me esqueço até hoje o que ele disse pra mim: Deus te abençoe meu filho, muito obrigado”, conta Aldenor, lembrando que o papa João Paulo II era um papa diferente e popular.
Outra personalidade que aprovava os sabores do restaurante, era o jornalista Phelippe Daou, que além de cliente, foi amigo íntimo de seu Aldenor.
“O doutor Phelippe era um grande amigo. Aos sábados ele sempre vinha almoçar aqui, nós conversávamos por horas. Ele trazia laranjas e outras frutas do sítio dele pra mim. Me lembro que ele fez questão de me visitar várias vezes quando estive no hospital e só quem visita assim é um amigo de verdade”, lembra Aldenor, ressaltando que o prato preferido de doutor Phelippe eram as bistecas de tambaqui.
De legado do patriarca da família Daou, os empresários Cláudia Daou Paixão e Silva e Phelippe Daou Jr., guardam na memória os vários almoços em que estiveram reunidos, junto com o pai, no Canto da Peixada.
“Papai sempre vinha aqui, e fazia questão de trazer além da família, as pessoas de fora para apresentar nossa cultura regional”, conta Claúdia. Já Phelippe Jr., ressalta que o restaurante é um ambiente democrático e de uma excelente comida regional.
“Parabenizo o seu Aldenor pelos 45 anos de existência desse extraordinário restaurante, nesse ramo tão difícil. Aqui, além de uma comida regional maravilhosa, é um local agradável, e de encontro de amigos, como nossa amizade sincera seu Aldenor”, disse.
O taxista Charles Reis é um dos clientes fiéis e faz questão de levar e apresentar o Canto da Peixada para os turistas. “Eu trabalho fazendo o itinerário saindo do aeroporto, e sempre que o turista me pede indicação de comida regional, eu apresento esse restaurante, pois sei que é o pioneiro, tem um bom atendimento, e as pessoas sempre ficam encantadas e satisfeitas”, conta.