A instalação de ecobarreiras em igarapés de Manaus (AM) evitou que cerca de 900 toneladas de lixo chegassem ao Rio Negro no primeiro trimestre deste ano. As barreiras, colocadas em dez pontos estratégicos, revelam a grande quantidade de resíduos descartados de forma irregular — de garrafas plásticas a pedaços de móveis.
Desde 2024, as estruturas já impediram a chegada de aproximadamente 2,5 mil toneladas de lixo aos rios. Antes da instalação, o volume de resíduos que passava pelos igarapés chegava a 700 toneladas por mês. Agora, caiu para cerca de 300 toneladas mensais. A capital amazonense tem mais de 200 quilômetros de igarapés.
“Estudos técnicos identificaram os trechos com maior volume de resíduos. Utilizamos estruturas flutuantes de contenção que direcionam o lixo para áreas de coleta, onde equipes treinadas fazem a remoção regular. É um sistema de baixo custo, mas com alta efetividade”, disse o prefeito David Almeida (Avante).
Os igarapés são pequenos cursos d’água que formam a malha de drenagem fina da Amazônia e têm papel essencial no equilíbrio ecológico. Servem de habitat para peixes, anfíbios e macroinvertebrados. Um único trecho de 150 metros pode abrigar mais de 40 espécies de peixes. Até 90% da rede hídrica de uma bacia pode ser formada por esses riachos, que abastecem rios maiores.
Além das ecobarreiras, a iniciativa integra os preparativos para a COP30 — conferência do clima da ONU marcada para dezembro no Pará. Foram investidos mais de R$ 90 milhões em ações de limpeza entre janeiro e abril, período em que foram recolhidas 269 mil toneladas de lixo e 134 mil pneus descartados irregularmente.
Temporada do Amazônia Que Eu Quero debate gestão de resíduos
Neste ano de 2025, o projeto Amazônia Que Eu Quero estreou um novo tema: “Amazônia Integrada – Crescimento Sustentável e Consciência Fiscal”. A proposta desta temporada é discutir oportunidades para a região, com foco em temas como gestão de resíduos, reforma tributária e incentivos fiscais.
