No Dia do Café, celebrado nesta segunda-feira (14), a Fundação Rede Amazônica aproveitou para valorizar o papel do grão na vida de milhares de famílias em Silves, a cerca de 330 km da capital Manaus (AM). Em 2024, a produção de café foi um dos destaques do projeto Echos da Amazônia, que ressaltou a importância da agricultura familiar na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia.
“Essa viagem que fizemos até o interior do estado foi muito produtiva. Conseguimos mostrar como a agricultura familiar possui uma ligação forte com a produção de café, sendo uma importante fonte de renda para pequenos agricultores na região amazônica”, destacou Leonardo Matheus, especialista em conteúdos especiais da Fundação Rede Amazônica.
No Brasil, o café é uma das principais commodities agrícolas, contribuindo significativamente para o PIB nacional e para a geração de divisas. Diante da importância do setor cafeeiro, diversas associações e entidades têm desenvolvido projetos e iniciativas para promover o desenvolvimento sustentável da cafeicultura, beneficiando tanto a população quanto os agricultores envolvidos na produção de café. Em entrevista à Rede Amazônica na época, a Eneva destacou o projeto Agro Floresta, que apoia o desenvolvimento das comunidades de Silves.
“Hoje, são 40 associados em geral, então nós trabalhamos com oficinas, capacitação e consultoria técnica para que eles possam se desenvolver enquanto agricultores com essa cultura do café”, destacou William Borges, assistente social da empresa Eneva, que opera a parceria.

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) foram apresentados na reportagem como uma alternativa produtiva e regenerativa, desempenhando um papel fundamental na prevenção do esgotamento de recursos naturais e fomentando o desenvolvimento da bioeconomia. Ao combinar culturas de ciclos curtos e longos no mesmo espaço, os SAFs estabelecem um sistema de produção de alimentos que satisfaz as necessidades alimentares e também promove a revitalização do solo.
“Decidimos estruturar uma estratégia com uma visão de longo prazo, abrangendo o fortalecimento de todos os elos da cadeia produtiva da bioeconomia, e potencializando os impactos positivos para a natureza, pessoas e clima. O plano de desenvolvimento irá aprimorar os meios de subsistência das comunidades agrícolas locais, ao mesmo tempo em que promoverá a regeneração do solo, a recuperação da biodiversidade e a remoção e armazenagem de carbono da atmosfera”, destaca Flavia Heller, diretora-executiva de Estratégia e ESG da Eneva.


A personagem principal dessa história foi Paula de Assunção Amaral, que mora na comunidade São João Batista. Ela destacou que foi no sonho do pai a inspiração para iniciar a produção de café na pequena casa, que fica a cerca de 40 km da cidade de Silves.
“Eu sempre tive o sonho de plantar e colher café, foi um sonho do meu pai, mas infelizmente não tivemos a oportunidade de fazer essa plantação. Hoje com a ajuda da família e da associação, começamos a produzir para e ter uma colheita boa e nossa expectativa para essa primeira colheita é de 50 sacas de café, que será uma renda a mais para nossa família.’, destacou a agricultora Paula.
A Associação Solidariedade Amazônia (ASA) também foi destaque na reportagem, que explicou como a associação do município recebe esse apoio e desenvolve a região de Silves através da produção de café Robusta Amazonas, e consequentemente garante um rendimento digno de forma sustentável às famílias.
“Nós pensamos que não vamos conseguir fazer 10 ou 20 hectares de plantações, então estudamos muito e chegamos à conclusão de que é melhor trabalhar em pequenas áreas com tecnologia e grandes produções, com qualidade, para manter a floresta de pé”, destacou Roque Lins, vice-presidente da associação.
À medida que o projeto avança, a produção de café de primeira qualidade, aliada a práticas ecologicamente corretas, representa um futuro promissor para a região e para as gerações que nela vivem. A reportagem completa está disponível no GloboPlay.