Um grupo de representantes da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e da Fundação Rede Amazônica realizou, nesta terça-feira (8), uma visita técnica ao Banzeiro da Esperança — embarcação que será adaptada para se tornar um centro flutuante de educação ambiental e mobilização social.
“É um grande desafio. Serão mais de 20 dias de viagem, com paradas em cidades do Amazonas e do Pará, ouvindo as comunidades que vivem dentro da floresta, justamente para levar soluções à COP 30, onde estarão lideranças do mundo todo”, destacou Matheus Aquino, especialista em projetos da Fundação Rede Amazônica.
Durante a visita, as equipes avaliaram a estrutura do barco, os sistemas de comunicação e as condições de navegabilidade. A embarcação será equipada para receber oficinas, rodas de conversa e atividades educativas sobre os impactos das mudanças climáticas na Amazônia.
“Estamos com o desafio de construir um estúdio móvel que vai percorrer os rios de Manaus até Belém, trazendo o máximo de conteúdo possível sobre esse evento que discute sustentabilidade. A COP 30 é o evento mais importante que o país vai receber, e precisamos estar presentes mostrando a realidade da nossa região”, explicou Othon Felipe, chefe de operações da Rede Amazônica.
A viagem está prevista para começar no início de novembro, com destino a Belém (PA), sede da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Ao longo de cerca de 23 dias de navegação, o barco fará paradas estratégicas em comunidades ribeirinhas, como Parintins (AM) e Alter do Chão (PA).
“A ideia é levar a voz da Amazônia até a COP 30. Desde o ano passado percebemos a dificuldade de hospedagem em Belém, então pensamos em adaptar esse barco, que vai estar cheio de pessoas da nossa região levando propostas para a conferência”, afirmou Eunice Venturi, gerente de Comunicação da FAS.
As primeiras atividades já começaram. Oficinas foram realizadas nas comunidades do Tumbira e Três Unidos, no Amazonas, com participação de moradores que contribuíram com propostas para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.
“Essa jornada é inovadora porque permite ouvir os territórios. Escutar essas comunidades foi fundamental para entender a realidade local e construir as propostas. O próximo passo é dialogar com os quilombolas, fechando esse ciclo de escuta presencial e aprofundando ainda mais nosso trabalho”, disse Enoque Ventura, supervisor de projetos da FAS.
Com a data de partida se aproximando, as equipes seguem trabalhando na finalização da embarcação. A expectativa é que o Banzeiro da Esperança leve mensagens simbólicas e a força das vozes da Amazônia para o mundo.
