Amazônia Que Eu Quero: estudantes do Acre elaboram propostas de bioeconomia para Caderno de Soluções 2024

Alunos do curso de Economia da Universidade Federal do Acre (UFAC) elaboraram propostas para o desenvolvimento da bioeconomia na Região Amazônica. O encontro, nesta quinta-feira (8), faz parte do projeto ‘Canvas de Políticas Públicas’ do programa ‘Amazônia Que Eu Quero’ desenvolvido pela Fundação Rede Amazônica.

Segundo a organização do programa, parte das ideias feitas pelos estudantes devem ser selecionadas e integrarem o Caderno de Soluções 2024 do programa. O documento contêm propostas para questões econômicas, turismo e educação, entre outras.

O tema do Amazônia Que Eu Quero para este ano é bioeconomia. Na quarta-feira (7), um painel reuniu especialistas e estudantes para debater “Bioeconomia como solução sustentável para as cadeias produtivas no Acre, com ênfase na produção de biojoias e a cadeia da castanha”.

“Dentro do Amazônia Que eu Quero a gente estimula muito o protagonismo amazônico e também a participação ativa da população”, explica Débora Holanda, coordenadora do programa.

Ela fala ainda que é essencial envolver estudantes nessas discussões pela visão única que trazem.

“São pessoas que estão entrando no mercado de trabalho ou um curso novo e estão com a cabeça fresca, cheia de ideias e trazem uma visão diferente dos gestores públicos que muitas vezes estão com outra cabeça, outro patamar e outras perspectivas”, enfatiza.

Estudantes querem trazer mais visibilidade para a Amazônia — Foto: Júnior Andrade/Rede Amazônica Acre

Um desses estudantes recém-chegados à Academia é Wilson da Silva Farias, que está no primeiro período de Economia. Para ele, é primordial explorar a floresta com consciência.

“Precisamos explorar a Amazônia, mas de uma forma sustentável que venha mostrar para o mundo que a bioeconomia não é só você explorar, mas explorar de uma forma sustentável que possamos nos desenvolver, de uma forma que salve vidas”, afirma.

Já Igor Fernandes, que está no terceiro período, diz esperar que essa discussão traga mais visibilidade para a diversidade amazônica.

“Estou acostumado a ver no jornal, quando se trata de Amazônia, eu vejo queimadas, desmatamento e eu vejo pouco sobre a cultura. Sobre os povos indígenas, sobre a inclusão desse povo no na sociedade atual. Então o que espero realmente é que se traga mais [informações] dos povos [indígenas] para agregar na nossa sociedade. Porque eles têm muito conhecimento a trazer pra gente”, afirma.

A opinião dos jovens é partilhada por Elisson Souza, professor de teoria econômica do curso.

“A bioeconomia é fundamental para Amazônia e é fundamental para a academia no modo geral discutir essa tendência tão relevante e preparar os jovens da universidade para esse novo cenário. Trazendo a relação econômica com os sentimentos de pertencimento, o olhar amazônico, isso é a riqueza nossa. É o nosso diferencial em relação aos outros regiões do país”, finalizou.

Sobre o Amazônia Que Eu Quero:

Concebido em 2019, o Programa ‘Amazônia Que eu Quero’ é uma iniciativa da Fundação Rede Amazônica e Grupo Rede Amazônica que tem por objetivo promover a educação política por meio da interação entre os principais agentes e setores da sociedade, além do levantamento de informações junto aos gestores públicos e da participação ativa da população, por meio de câmaras temáticas estabelecidas pelo programa, como foi o caso da edição de 2023 que discutiu três eixos centrais Educação, Turismo e Conectividade no contexto Amazônico.

Com informações de Yuri Maciel e Júnior Andrade, g1 Acre.

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