No meu conceito de velhice, assim me expresso: “Você é velho quando se renova a cada dia, quando tem projetos e olhos postos no horizonte, quando seu calendário tem manhãs e quando tem as rugas marcadas pelo sorriso”.
Velho e velhice, são palavras de conteúdo e peso psicológico terríveis, sobre a mente humana, em particular do idoso que se acostumou a vê-la, ouvir e chegar. Envelhecido e sem condições físicas de desfrutar na sua totalidade da recompensa, já se considera velho, e essa velhice cria-lhe problemas diuturnos e crescentes. Assistimos, nos dias atuais, ao homem que, no maior dos desafios, civilizou-se, e, pela evolução do seu saber, conhece a si mesmo.
Dentro dos seus conhecimentos, conseguiu dominar os fenômenos da natureza, culminando com a conquista do espaço sideral, controle das doenças após estudos das mais diversas áreas do corpo humano, chegando a um limiar, onde transplantes de órgãos têm salvado muitas vidas. A descoberta do genoma humano é o máximo dessas descobertas, quando é possível se conhecer o que passa no interior das células que formam nosso universo corporal.
Mesmo assim, esse homem sábio de conhecimento, desgraçadamente ainda sofre ao invés de regozijar-se na última fase da vida cheia de problemas diários pelo estresse que é acometido, vivendo um calvário de tensão imposto por uma sociedade mercantilista, ao inverso dos nosso antepassados que formavam populações isoladas e que sobreviviam por meio de hábitos saudáveis e por isso viviam mais esperando a morte dentro de um limiar de tolerância e não culminando com estado mórbido, como se vê na geração nossa. Enfim, viver é envelhecer.
A cada instante insensível e irreversivelmente à ação do tempo vai se fazendo sentir sobre o organismo humano, construído na época da concepção, do crescimento e do desenvolvimento. O tempo passa pela ação deletéria a partir de certa idade.
O efeito é o encurtamento da existência a não ser que medidas preventivas sejam tomadas, se não para evitar tal desfecho, pelo menos para ampliar a expectativa de vida. Tenho por hábito dizer que a vida é um sopro.