De tempos em tempos, presenciamos mudanças nos cenários empresariais e de mercado de trabalho em diversos aspectos. Há 60 anos atrás, víamos uma grande evolução em relação a novos métodos de produção: quem produzia mais, tinha uma competitividade maior em relação a seus concorrentes. Assim, criava-se estoques abarrotados, produtos ultrapassados, compras excessivas de matérias-primas, rombos financeiros, e assim por diante. Mais alguns anos na frente, vivemos um momento de que quem tinha mais máquinas, tinha a melhor imagem e competitividade. Assim, criava-se muitas dívidas e um excesso de consumo de combustíveis, matérias-primas, recursos humanos e outros. Após esses dois períodos específicos, passamos a notar que ações começaram a ser planejadas para ajustar esses pontos excessivos e que levavam as empresas a terem muitas perdas financeiras.
Ao mesmo tempo que vivenciamos a substituição do fator humano pelo fator tecnológico, criamos uma outra análise que vai ao caminho inverso do que sempre ouvimos falar. A máquina vai tomar muitos espaços de trabalhadores e trabalhadoras? Sim, sem dúvida. No entanto, quem vai criar essas máquinas? Quem vai construí-las? Quem vai programá-las? Quem vai aplicar as manutenções preventivas e corretivas? Quem vai projetá-las com desenhos mecânicos e técnicos? Quem vai vendê-las? Quem vai estudar novos métodos de criar novas máquinas, mais eficientes e que gerem mais resultados positivos para o mercado? A resposta é: nós. Simplesmente nós.
O caixa que opera a contagem de dinheiro e pagamentos, agora poderá fazer tudo isso. O frentista que abastece os automóveis, agora poderá fazer tudo isso. O motorista que leva pessoas para lá e para cá, também poderá fazer tudo isso. O garçon que serve a todos e recolhe pedidos, também. Nada se acaba, tudo se transforma.
Junto a isso, temos alguns questionamentos sobre outras áreas específicas. Por exemplo, o que acontecerá com o Assistente Administrativo? Com os softwares que lançam, interpretam, retiram, colocam, se organizam, se gerem, o que será dessa função? É simples. Teremos uma outra transformação. Hoje, o assistente administrativo que atua com lançamentos de dados, organização de documentos, digitação de textos e outras atividades relacionadas, agora deverá ter uma atividade de interpretação de dados, criação de projeção administrativo/financeiro, estudo de mercado e outros.
Um exemplo prático? A máquina não pensa, logo não consegue criar uma projeção com análise de cenário econômico que tenha como foco a evolução do comportamento de clientes, exigências de mercado e outros. Se falarmos em projeção de números, ok. Máquinas calculam e se automatizam com base nisso. Porém, a máquina não sabe estudar comportamento de clientes, de mercado e seus segmentos. Passaremos a um tempo que pegaremos tudo pronto com as máquinas e faremos as interpretações e gestão de informações e dados. Estamos no século da INFORMAÇÃO. Quem mais as tiver, mais terá possibilidade de ganhar dinheiro e alcançar o sucesso.
O nosso futuro reserva espaços para quem gerir, interpretar e criar ações, dentro de suas áreas, de acordo com as informações que estiver disponível. O tempo de automação é agora e precisamos caminhar junto.
Ao invés da ideia de que profissões vão acabar, precisamos ir no caminho oposto, mais amplo, mais profundo: como posso incluir a tecnologia dentro da minha atual profissão? Como, no futuro e logo breve, a inclusão digital entrará na minha vida? Como devo me transformar? Sempre é possível.