Comportamento X Competências Técnicas

Um dado preocupa muitos especialistas de Recursos Humanos (RH) e gestores empresariais nos mais diversos segmentos e setores: 83% dos nossos trabalhadores são demitidos por causa do comportamento. Na realidade, por causa do mau comportamento. No meio disso, se destaca alguns fatores como principais motores de alavancagem desse percentual: falta de pontualidade, acomodação após a recolocação, assédios a colegas de trabalho e lideradas, vícios que ocasionam perda de produtividade, apatia diante da necessidade de solução de problemas, enfim. 83% significa o maior percentual de todas as Américas. Sim, da América do Norte, Central e do Sul. Tudo junto.

Apesar do alto percentual de demissões por mau comportamento, a cada 83%, 72% são excelentes profissionais técnicos, muito capacitados, experientes e que conhecem muito do que fazem. Entre esses 72%, também estão jovens participantes de programas de estágios e jovens aprendizes, que na prática, desenvolvem muito bem as suas atividades. No entanto, em alguns momentos, são levados ao caminho das ações comportamentais equivocadas.

Muito se comenta que o Brasil, de uma forma geral, precisa de mais técnicos e capacitação profissional. E realmente precisa. No entanto, precisamos também começar a investir em capacitação profissional comportamental e atitudinais. Das mais diversas possíveis. Até mesmo em educação financeira.
 

Foto: Divulgação 

Por mais que pensemos que a educação financeira nada influencia no dia-a-dia das empresas, e por consequência, das carreiras de muitos profissionais, é um dos principais motivos do aumento de apatia mediante problemas a serem resolvidos. A fórmula é simples: funcionário endividado + estresse = menos produtividade: menos produtividade + falta de resultados = falência da empresa.

No momento de quase pós-crise, muitas empresas estão se reestruturando financeiramente, fiscalmente e estruturalmente. Por isso, a tendência de não terem recursos financeiros para treinarem seus profissionais em capacitação comportamental é real. Mas quem disse que as empresas precisariam treiná-los comportamentalmente? Na realidade, essa formação deveria vir agregada com o conhecimento técnico adquirido nos bancos de escolas, instituições, universidades, cursos profissionalizantes, etc.

O momento requer profissionais que vão além de bater um ponto, que pensem adiante, que façam proposições, que participem, que se envolvam, que empreendam, que projetem, que criem, que multipliquem. Sem criação não há multiplicação.

Além de tudo isso, ainda presenciamos muitos comportamentos e pensamentos no estilo “Ah, mas vou dar um monte de dinheiro para essa empresa e não vou ganhar nada. Só vou ganhar o meu salário”. Oh, céus. No meu primeiro emprego, eu pensava que devia dar o máximo de dinheiro possível para o meu patrão. Na época, eu sabia que fazendo aquilo me possibilitaria ter o conhecimento prático de empreender com um projeto próprio. Veja, quando me refiro a projeto próprio, não falo de empresa própria. O termo “projeto próprio” é muito amplo e se estende a quem sonha em ter uma empresa ou em quem quer trilhar uma carreira como funcionário. Sim, empreendedorismo também é isso.

Fazendo parte dessa nova geração de informações rápidas, globalização e facilidades, temos o dever de construirmos uma nova história, um novo país, uma nova Amazônia, com pensamentos e ideais diferentes, que possam impactar tudo, por onde passarmos. Nós vamos criar os novos conceitos. Nós vamos criar o amanhã. Portanto, o futuro está em nossas? Sim, e o presente também.

*Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazonas, CBN Rondônia e Portal Amazônia.
 

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