A tão desejada efetivação/recolocação é o grande sonho em um período de recessão de geração de empregos como essa que temos passado. Com a previsão oficial de aumento em 14% em contratações temporárias em 2019, os profissionais amazônidas têm excelentes chances para se dedicarem às suas efetivações após um trabalho temporário de final de ano, seja no comércio, na indústria, no serviço ou prestações de serviços autônomos. Desses 14% de previsão oficial de aumento de empregos temporários de final de ano, ouso declarar que na prática chegaremos, provavelmente, a 18 ou 20%. Pelo cenário que tenho presenciado no crescimento de mercado na região amazônica, tenho essa visão.
Para essa efetivação realmente ocorrer precisamos tomar algumas atitudes diferentes de outros profissionais, o que vai de fato nos destacar diante de todos eles. Abaixo vamos conversar sobre elas?
NÃO ENCARAR A OPORTUNIDADE TEMPORÁRIA COMO UM PASSA-TEMPO
Se não incorporarmos a oportunidade temporária como uma realidade que pode se tornar em uma contratação efetiva, realmente não vai acontecer. O primeiro passo para a efetivação depois do trabalho temporário é esse: encarar como uma oportunidade real que pode se converter em uma extensa história de crescimento profissional e condicionarmos o nosso comportamento para essa direção.
Nos últimos 05 anos, o percentual de efetivação nas empresas foi de 30 a 45%. Exatamente nesse momento a previsão existente é que esse percentual tenha a fixa de crescimento para ser de 55 a 70%. Isso acontece porque muitos gestores estão substituindo equipes para buscarem mais lucratividade e resultados para as empresas em 2020. Assim, nós podemos fazer parte desse aumento percentual. Por que não?
ESTAR PRÓXIMO AO CHEFE IMEDIATO
Não existe outra pessoa mais ideal para ser a que vai definir se você vai se tornar um(a) contratado(a) definitivo(a) ou não. É ele(a): o(a) chefe imediato. É essa pessoa quem define os membros da sua equipe, faz as avaliações de desempenhos, analisa comportamentos e envia os pedidos de contratações e demissões para o RH.
Na maioria das empresas, o RH coloca profissionais nos processos seletivos, porém, o gestor da área (líder imediato) é quem realmente define a contratação, pois ele sabe exatamente qual tipo de profissional atende aos requisitos da sua gestão, procedimentos, culturas, conhecimentos e atitudes.
Dessa forma, é fundamental que tenhamos a atitude de estarmos próximos a ele(a), sempre pedindo orientações, sugestões, se fazendo presente e lembrado(a). Se não agirmos dessa forma, não seremos destacados diante de outros profissionais. Imagina só uma empresa que faz uma contratação temporária de 100 pessoas? Perante essa quantidade de pessoas, precisamos ter algo que nos destaque, senão seremos 1 no meio de 100.
SE PUDER RESOLVER, NÃO ESPERE NINGUÉM MANDAR
A cultura de sempre esperar alguém mandar fazer algo é muito prejudicial para qualquer carreira. Normalmente profissionais assim não se destacam no meio de tantos concorrentes, como atualmente. Tem áreas/funções que estão com uma média de 82 concorrentes por vaga. Se não tiver nada que seja diferente, ficaremos para trás.
Por isso, precisamos ter atitude de Profissional Trator, que vai e faz. Muitas situações podem ser resolvidas de maneira fácil, porém, poucos têm a iniciativa de irem lá e simplesmente resolverem. Por mais que seja algo simples, os gestores observam continuamente esses comportamentos e isso cria referência para uma possível efetivação.
Ainda nesse assunto, precisamos ter cautela com um ponto específico: não tomar iniciativas em decisões técnicas que não são do nosso conhecimento. Se não conhecermos plenamente a forma como podemos resolver a situação, existe a possibilidade de cometer algum grave erro. Assim, o ideal é perguntar ao chefe imediato qual a melhor forma de resolver e se disponibilizar para isso.
PEÇA PARA O(A) CHEFE LHE OBSERVAR E MANIFESTE O DESEJO DE EFETIVAÇÃO
O pedido direto ao líder imediato é outro pulo-do-gato que poucos colocam em prática. Os gestores não têm como descobrir quem tem desejo de ser efetivado(a) ou não, a não ser que pergunte de um a um, o que dificilmente vai acontecer.
Sendo assim, nós temos que criar a manifestação. E para isso, não precisamos fazer meio-campo. A abordagem pode ser direta como: “Chefe, eu gostaria muito de ser observado e quero manifestar o meu desejo de ser efetivado depois do período temporário”. Essa simples frase pode mudar muita coisa porque ela demonstra interesse e iniciativa na prática. É isso que gestores gostam e precisam.
AJUDE A IDENTIFICAR PROBLEMAS
O trabalho temporário também pode nos dar uma sensação de que não temos que identificar problemas, e sim apenas cumprir o trabalho que foi solicitado. Mas na prática não deve ser assim. Podemos e devemos agir como profissionais que ajudam a identificar problemas que ocorrem no dia-a-dia ou em processos do setor. Dessa forma, podemos nos tornar um braço do chefe, mostrando a ele onde estão os erros para que ele possa resolver. Se desenvolvermos esse tipo de atitude no período que estivermos trabalhando de forma temporária, criaremos a necessidade de estarmos lá. Isso, por consequência, vai gerar a contratação efetiva.
E então? Vamos para a prática?
Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.