Como a vida pessoal pode influenciar a vida profissional

Você já ouviu aquela expressão “Quando entrarmos na empresa, temos que deixar todos os problemas lá fora”? Clichê, não? Porém, na prática não é tão simples assim, independente da complexidade do problema que podemos ter em nossas vidas pessoais. Problema sempre é problema e nos faz ficar preocupados, mesmo que consigamos manter o nível de produtividade em nossa rotina de trabalho.

Um(a) filho(a) doente, uma briga com o cônjuge, um desentendimento entre familiares ou amigos, um problema que se estende por meses sem que consigamos resolver, uma dívida de cartão ou do cheque especial, um(a) familiar desempregado(a) que precisamos ajudar, enfim. São tantas as possibilidades de problemas que poderíamos listar dezenas. E todos eles, todos, sem exceção, nos preocupam.

O desafio que temos quanto ao equilíbrio da vida pessoal com a profissional é entender os reais da situação como um todo. Abaixo listo alguns pontos sobre isso:

Entender que se o ritmo de motivação baixar em tudo, tudo desabará. Tudo mesmo

Há quem diga que o trabalho deve ser a prioridade de qualquer pessoa. Parcialmente, concordo com isso. Sem o trabalho não conseguimos manter a Família, nem ter lazer ou fazer o que gostaríamos. Tem caminhos mais econômicos e simples? Tem, porém, para tudo você precisa de um gasto mínimo. Lendo isso, muitos profissionais podem falar que não há necessidade de gastar muito para ter um lazer com a Família, citando, por exemplo, um passeio a pé em uma praça. No entanto, até mesmo para o passeio em uma praça, você precisará se locomover. Se for de ônibus, a passagem. Se for de moto ou carro, o combustível. E se for perto de casa, excelente. Com esse último exemplo, vamos imaginar que o(a) seu(sua) filho(a) vê um carrinho de pipoca e você não tem como comprar? Voltamos na mesma situação: não fazer o que gostaríamos. Portanto, há certa razão quando alguns especialistas dizem que o trabalho é primeira prioridade.

Sobre isso, eu vejo alguns fatores fora desse conceito. Um deles é algum caso de doença na Família, que para mim faz cair por terra o conceito de que o trabalho deve ser prioridade. Entendendo esse conceito que falamos mais acima, precisamos balancear a mente e pensar: “Mesmo que esteja com problema, preciso trabalhar e produzir. Se eu for dispensado(a) por falta de produtividade, será pior. Aí que a coisa vai piorar mesmo”.

Gestão de tempo é o Segredo

Temos 24 horas por dia, porém, ainda ouvimos muitos conhecidos falarem que não tiveram tempo de darem aquele retorno, ou não tiveram tempo de nos visitarem, etc. Boa parte dos compromissos não cumpridos por “falta de tempo” são situações que nem usariam muito do mesmo tempo, ocupando apenas alguns segundos ou minutos. Outros, sim, requerem mais  dedicação.

Para não entrarmos nessa estatística dos “ocupados demais”, precisamos gerir o tempo criando programações semanais ou até mesmo diárias. Sim, uma agenda que vamos escrever os compromissos, considerando os intervalos de riscos de tempos de uma atividade para a outra. Os riscos de tempos são aqueles pontos de “Posso fazer 10 minutos, mas pode ser que eu passe até 1 hora”. Com isso, criamos a programação certa para não perdermos nenhum compromisso, seja pessoal ou profissional.

Além disso, o ideal é que não usemos mais de 70% do tempo diário para o trabalho. Quando chegarmos aos 70, o ideal é parar, mesmo que fique algo pendente. Primeiro porque com tanto tempo de trabalho durante o dia a sua mente não produzirá mais como deveria. Segundo porque aí chegou a hora do lazer.

Sobre a gestão de tempo, também temos a missão de conscientizar a Família sobre as separações de tempos. Se todos os membros não tiverem conhecimento de cada atividade, poderão pensar que você só quer trabalhar ou só quer lazer. Envolva a todos.

Envolva a Família sempre

Esse é um fator que pode se adaptar bem a pessoas que trabalham em casa, o popularmente conhecido trabalho home-office. Se você não tiver filhos, terá mais tempo para atuar profissionalmente durante o dia. Se tiver, terá que equilibrar a necessidade deles de atenção com o trabalho. Para esse último caso, eu recomendo foco total no trabalho durante o dia até que todas as atividades sejam finalizadas. Os únicos casos que devemos desviar a atenção é a alguma necessidade fisiológica dos filhos como fome, necessidades básicas, vestimentas, banhos e afins. Fora isso, eles precisam ter programações diárias para que estejam praticando atividades enquanto você estiver trabalhando. Se não funcionar, recomendo que eles sejam envolvidos no trabalho de alguma forma. Assim, entenderão o que é o “trabalho em casa”.

Proteja as emoções

Emoções sempre são fortes quando estamos com algum problema pessoal ou profissional. Eu mesmo, por muitas vezes, já tive estresses desnecessários com pessoas da própria Família pelo fato de estar com algum problema no trabalho. Como se isso fosse resolver a situação ou se as outras pessoas fossem culpadas por isso.

É fundamental criamos a proteção das emoções. Assim, conseguiremos entender que uma resposta agressiva ou um mal trato a alguém que amamos não resolverá nada. Novamente, entraremos no fator que falamos mais abaixo: vai piorar mais ainda porque assim teremos dois problemas: o que já existe e o que foi criado após a reação agressiva.

Profissionais que conseguem equilibrar a vida pessoal com a profissional possuem 65% a mais de chances de serem promovidos. Pelo menos. Algumas universidades ou laboratórios que estudam o comportamento por todo o mundo chegam até a 80% de chances a mais.

E então? Vamos para a prática?

 

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

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